Gigante do varejo chinês Alibaba agora quer levar a data comemorativa a outros países, entre eles os Estados Unidos
DA REDAÇÃO COM BLOOMBERG E CNN
Os sempre ávidos consumidores chineses têm no Dia dos Solteiros o seu equivalente à Black Friday norte-americana. A celebração que ocorre anualmente em 11 de novembro é sempre marcada por uma enorme cifra gasta pelos chineses em presentes, mas, neste ano, o apetite consumista chinês quebrou recordes. Um dos maiores varejistas do país, a loja de comércio virtual Alibaba (similar a uma Amazon naquele mercado) movimentou $9,3 bilhões em vendas na terça-feira (11), superando a marca obtida no ano passado.
Agora, o Alibaba Group quer levar o sucesso do Dia dos Solteiros para o mundo todo com ajuda de marcas estrangeiras, como Calvin Klein e Blue Nile. Essas empresas, junto com a Costco Wholesale, a Origins Natural Resources e a American Eagle Outfitters, participaram pela primeira vez do evento.
A Alibaba, que há menos de dois meses realizou a maior abertura de capital da história, está usando 27 mil marcas para atrair comerciantes e consumidores internacionais para a promoção. “O dia 11 de novembro é um marco fundamental para a Alibaba”, disse Allen Xu, diretor administrativo da consultora. “A companhia utilizou o festival para construir seu domínio como o agente de comércio eletrônico que conecta as empresas aos consumidores na China. Com a abertura da Alibaba, a empresa pretende fazer dela uma marca internacional”.
Até 50% de desconto
O Dia dos Solteiros, uma versão distorcida do Dia dos Namorados, foi inventado na China por estudantes na década de 1990, segundo o jornal “People’s Daily”, de propriedade do Partido Comunista. Quando a data é escrita com algarismos, ela se parece com “galhos desfolhados”, que é a expressão em chinês que designa solteiros e solteiras.
No Dia dos Solteiros, os comerciantes oferecem descontos de até 50% para poder participar nas plataformas de vendas do Alibaba, como AliExpress e Taobao Marketplace. Em troca, o Alibaba aumenta o número de visitas nos sites e os serviços de apoio aos vendedores para que eles administrem e promovam suas lojas e processem as entregas e a passagem pelas alfândegas.
Embora o Alibaba tenha desenvolvido suas operações nos EUA e escolhido Nova York para realizar sua abertura de capital, em setembro, a companhia está tendo dificuldades para ser reconhecida na maior economia do mundo. “Independentemente da força que tenha na China, a empresa é desconhecida nos EUA”, disse John Quelch, professor de Administração de Empresas na Faculdade de Administração de Harvard. “Em um mercado como os EUA, ela deve se mover através de aquisições”.