Comunidade Literatura

Consulado em Miami premia jovens escritores

Olimpíada de Português visa incentivar a criação literária em português no Exterior

Augusta Vono, do Comitê de Organização das Olimpíadas, com Isabela Rangel
Augusta Vono, do Comitê de Organização das Olimpíadas, com Isabela Rangel

DA REDAÇÃO – O Consulado-Geral do Brasil em Miami realizou no último sábado (18/09) cerimônia de premiação da I Olimpíadas de Português como Língua de Herança. Estiveram presentes no evento professores de português de escolas da Flórida, alunos premiados e famílias.

As Olimpíadas de Português foram uma iniciativa do Ministério das Relações Exteriores/Itamaraty, em parceria com o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior. O objetivo principal deste projeto foi fomentar a difusão da língua portuguesa como língua de herança, especialmente para a nova geração de crianças brasileiras nascidas no exterior ou que emigraram ainda pequenas, reforçando os laços com a pátria.

A ideia nasceu a partir de uma atividade similar realizada pelo Consulado do Brasil em Nagoia, no Japão, que acabou sendo institucionalizada pelo Itamaraty e replicada em 17 cidades pelo mundo todo. Cada lugar teve autonomia para decidir o modelo de prova e aqui na Flórida o Comitê de Organização das Olimpíadas foi composto pelo Departamento Educacional do Consulado e pelas professoras Augusta Vono, Diretora do Programa de Português da Florida International University (FIU), e Beatriz Cariello, do Miami-Dade Public Schools. 

Os alunos premiados em cada categoria (9 a 12 anos e 13 a 15 anos) receberam um Certificado das mãos de João Mendes, o Cônsul-Geral, placa comemorativa, além de livros de literatura brasileira. As melhores redações ainda farão parte de publicação com a compilação dos melhores textos no âmbito da competição.


Leia abaixo as redações ganhadoras

Isabela Maia, 15 anos (Downtown Doral Charter Upper School – Categoria de 13 a 15 anos)

O que eu sei sobre a cultura brasileira

A cultura brasileira com certeza é uma das culturas mais ricas que existem. Morei no Brasil durante 12 anos antes de me mudar para os Estados Unidos, e me adaptar, com certeza, foi uma das partes mais difíceis, principalmente por não ter toda minha família e meus amigos por perto. 

Desde que cheguei, ouvia pessoas dizendo que, com o decorrer do tempo, eu perderia o português, e isso me fez ir atrás de jeitos para não perder essa língua tão rica. Outra coisa que mantém minha relação com a cultura brasileira é a busca por conforto, matar um pouco a saudade e lembrar que, independente do que aconteça, sempre terei um lugar para chamar de casa.

Desde pequena minha madrinha me incentiva a conhecer o mundo da literatura, sempre me contando histórias e me dando livros para que eu percebesse o quão extraordinário aquele mundo é. Quando vim para cá, tive que deixar meus livros e meus gibis no Brasil, mas cada vez que minha madrinha vinha visitar, ela trazia alguns de meus livros e/ou gibis para que eu tivesse eles por perto. Entre eles tem Machado de Assis, contos do folclore brasileiro, gibis da turma da Mônica, etc. Todas as vezes que minha madrinha vem nos visitar ela me traz novos livros, e isso me faz sentir cada vez mais conectada com a cultura brasileira.

Não tem como negar que a culinária brasileira é uma das melhores partes da cultura. E que jeito melhor de manter sua relação com o Brasil do que aprendendo a cozinhar pratos típicos de lá? Desde que chegamos aqui, minha família encontra jeitos de cozinhar do jeito mais brasileiro possível, tentando achar produtos parecidos e mercadinhos brasileiros. De uns tempos para cá, tenho aprendido alguns pratos típicos com a minha mãe, como farofa, feijoada e pão de queijo. Quando estamos cozinhando, gostamos de escutar Legião Urbana, Roberto Carlos, sertanejo e muitos outros tipos de música brasileira.

Todos os sábados ou domingos minha família tira o dia para assistirmos filmes e séries juntos e sempre procuramos por filmes brasileiros, como os de Minha Mãe é Uma Peça. Nos divertimos muito com esses filmes e eles nos trazem uma sensação incrível. Junto com todas essas coisas também consegui entrar em uma escola com um programa de português com professores incríveis, que me incentivam todos os dias a ser melhor, me ajudam a não perder o português e também me ensinam sobre a cultura brasileira.

É o que dizem: Eu saí do Brasil, mas o Brasil não saiu de mim. Tenho orgulho de ter nascido em um país com uma cultura tão rica e ser rodeada de pessoas incríveis desde pequena. Espero nunca perder a língua portuguesa e sempre vou procurar maneiras de manter minha relação com o Brasil e com as pessoas de lá.


Isabela dos Santos Rangel da Silva, 9 anos (Dowtown Doral Charter Elementary School-Categoria de 9 a 12 anos)

O que eu sei sobre a cultura brasileira

Eu sou Isabela, tenho 9 anos, vim morar no Estados Unidos quando tinha 5 anos e vou contar a minha experiência com a cultura brasileira. 

Quando eu morava no Brasil, na minha escola todo ano tinha Festa Junina. Eu me lembro que a minha mãe me fantasiava e me maquiava para a Festa Junina e eu dançava na quadra com os meus amigos da escola. Também nos dias de Cosme e Damião eu saía com os meus pais pegando doces e era muito legal. No Carnaval, eu também me fantasiava e me maquiava.

Quando eu era menor, eu também lia muitos gibis da Turma da Mônica. Eu me lembro que a minha personagem favorita era a Magali. Eu lia lendas brasileiras tipo o lobisomem, Saci Pererê, a Mula sem Cabeça e outras lendas também com os meus pais. Eu também assistia A Galinha Pintadinha, Detetives do Prédio Azul e outros desenhos.

Porém, quando eu me mudei para os Estados Unidos, eu perdi uma parte grande da minha cultura brasileira, como as comidas tipo coxinha, pastel, milho cozido, pão de queijo e outras comidas também. Mas eu estou recuperando tudo isso pouco a pouco, porque a minha mãe procura pessoas brasileiras que vendem comidas brasileiras.

Essa é a minha experiência com a cultura brasileira, e eu espero que sempre faça parte da minha vida. 

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