Os corpos dos quatro brasileiros mortos num acidente aéreo no sopé do lado argentino da Cordilheiras dos Andes já foram retirados do local do desastre. Eles foram levados para Mendoza, de onde o Consulado do Brasil providencia o transporte, possivelmente para Minas Gerais, de onde são todas as vítimas.
O acidente, com um avião Cessna, não deixou sobreviventes. Os três passageiros e o piloto, que partiram de Belo Horizonte e já haviam feito escalas em províncias argentinas, tinham como destino final Santiago do Chile.
Os mortos foram identificados como o oftalmologista e piloto Edilson Krueger Leite, de 54 anos; a namorada dele, Lucinei Vieira de Matos; o procurador Marco Túlio Silva, de 37 anos, e a mulher dele, a ginecologista Sandra Ferrari, de 36 anos. Todos moravam em Belo Horizonte. Marco Túlio e Sandra não tinham filhos. Edílson Krueger Leite era separado e tinha duas filhas.
Os corpos foram localizados na tarde de terça-feira (03/01), a 20 quilômetros de Mendoza, quando integrantes das equipes de resgate apenas conseguiram sobrevoar a região e disseram que o avião ficou bastante destruído.
O Cessna saiu de Belo Horizonte no dia 27 de dezembro. Fez escalas em Vitória (ES), Foz de Iguaçu (PR), Reconquista, Córdoba e Mendoza. Ao decolar de Mendoza, em direção a Santiago, houve o acidente.
Nesta quarta-feira (04/01), o juiz federal argentino Manuel Rodrigues foi designado para acompanhar o caso. Ele convocou uma junta de investigação, que já está no local do desastre, para averiguar as causas do acidente. Nesta manhã, um helicóptero sobrevoou o local. O objetivo foi buscar os peritos que passaram a noite lá. Outros profissionais foram deixados nas montanhas, para prosseguir o trabalho.
Segundo o comandante Guilhermo Lozada, da Força Aérea Argentina, o local da queda é uma pré-cordilheira de difícil acesso. Ele contou que o helicóptero precisa pousar numa área distante cerca de três quilômetros do local onde o avião caiu. Os peritos precisam caminhar cerca de uma hora, até chegar aos destroços
O administrador de empresas Henrique Koroth era vizinho e amigo de Edilson. Para ele, o médico era um piloto experiente.
– Sempre planejava e fazia todo o procedimento, os contatos, ele mesmo. Toda vez que a gente ia ajudar, ele conferia, sempre muito criterioso – conta Henrique Koroth.