Histórico

Cônsul no Japão não tem notícia de pelo menos 15 brasileiros

Missão resgatou 26 conterrâneos de áreas de risco em Sendai e Fukushima

A missão comandada pelo Consulado brasileiro conseguiu resgatar 26 brasileiros que estavam em áreas de risco no Japão, em especial em Sendai e Fukushima, mas há pelo menos 15 conterrâneos que não foram localizados. Segundo o cônsul Antonio Carlos Coelho da Rocha, estes podem ter deixado a região por conta própria.

A operação foi viabilizada graças à ajuda do empresário nipo-brasileiro Walter Saito. Os dois ônibus voltaram para os arredores de Tóquio com os brasileiros e outras 11 pessoas, depois de quase um dia de viagem. “É claro que tenho muito medo de contaminação radioativa, mas pensei nas crianças que precisavam de ajuda e decidi dar a minha contribuição”, disse Saito. Alguns brasileiros estão hospedados em apartamentos pagos pelo Consulado e muitos manifestaram o desejo de deixar o país, com medo da crise nuclear. O diplomata não descarta a possibilidade de uma nova missão à região afetada.

Outro desafio para as o governo e as organizações brasileiras no Japão é o contato com as famílias dos conterrâneos que vivem no país oriental. A Cruz Vermelha disponibilizou um site em português, destinado a localizar e reunir familiares. Em Sendai, bem próximo ao epicentro do terremoto da semana passada – e local atingido pelo tsunami – viviam entre 15 e 20 brasileiros, mas de acordo com os registros ninguém ficou ferido com a tragédia. Mesmo assim, um funcionário do Consulado está na cidade para avaliar a situação dos brasileiros de lá.
A tragédia que começou com um terremoto de magnitude 9 na Escala Richter, seguido por um tsunami que devastou a costa nordeste do Japão, já causou a morte de quase quatro mil pessoas. Há pelo menos seis mil desaparecidos e as equipes de busca estão cada vez mais desanimadas com a chance de encontrar sobreviventes.

Desde as primeiras explosões registradas nos edifícios da usina Fukushima Daiichi, o governo japonês tem insistido para que os moradores num raio de 30 quilômetros da instalação nuclear ficassem em suas casas para evitar o risco de contaminação. Um órgão internacional disse que o nível de radiação no local está em torno de 600 microsieverts por hora – e a exposição a mais de 100 mil microsieverts ao ano pode causar câncer.

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