O Conselho de Medicina da Flórida emitiu uma ordem de emergência na sexta-feira (3) que busca frear as mortes de mulheres que se submetem à popular cirurgia estética do Brazilian Butt Lift (BBL). De acordo com o órgão, nos últimos cinco anos, 19 pacientes morreram ao realizarem o procedimento que consiste em retirar gordura de uma parte do corpo e injetar nas nádegas. Segundo especialistas, este é o tipo de procedimento estético mais perigoso que existe no mercado.
Em 2019, o Conselho já havia tentado regulamentar o BBL, estabelecendo uma regra que proíbe os cirurgiões de injetarem a gordura no músculo. Segundo o cirurgião licenciado Pat Pazmiño, enxertar o produto lipoaspirado na região muscular aumenta o risco de embolia pulmonar. O certo, segundo ele, é aplicar a gordura na região subcutânea.
“Em 2021, oito mulheres morreram no sul da Flórida de embolia após a plástica do bumbum brasileiro”, disse Pazmiño ao canal NBC News. “Acredito que havia uma alta demanda reprimida no pós-pandemia”, completou.
Ele também alerta que a alta e lucrativa também levou a um crescimento no número de médicos não especializados neste tipo de tratamento. Em média, a cirugia do bumbum brasileiro custa entre quatro e seis mil dólares. Alguns profissionais, chegaram a realizar sete cirurgias por dia no ano passado, apenas na área de Miami.
Além de reforçar a fiscalização dos cirurgiões que operam o BBL, o Conselho de Medicina passa a proibir um médico de fazer mais de três cirurgias por dia, citando evidências de que a fadiga pode afetar o desempenho. A ordem de emergência tem validade de 90 dias e o Conselho já antecipou que vai buscar a prorrogação deste prazo. O grupo também determinou o uso ultrassom durante todo o procedimento operatório para monitorar a injeção de gordura no músculo.