COLABORAÇÃO de Chris Delboni*
Muitas pessoas brincam que Miami não é Estados Unidos. “Fica a umas duas horas”, já ouvi, entre várias outras piadas a respeito de uma região predominantemente formada por imigrantes, para imigrantes, e na maioria latinos. Inglês é o último idioma falado em estabelecimentos comercias, como shoppings e restaurantes. Primeiro é o espanhol, e português é comum em todo lugar.
Mas se estiver passeando em Miami, para “chegar aos EUA”, não precisa dirigir muito ou sair muito fora da cidade. Vale a pena conhecer “Cauley Square Historic Village” (22400 Old Dixie Highway, Miami, Florida 33170), fundada em 1903. Fica numa região afastada, chamada Goulds, onde passava a estrada de ferro, entre as áreas de Palmetto e Cutler Bay e Homestead, local bem rural mas, de fato, ainda em Miami, a cerca de uma hora do centro, sentido sul. É uma vila histórica dos EUA antigo, com toque europeu, típico dos seus colonizadores.
O local tem lojinhas de bugigangas, antiguidade, crochê, floricultura, um pet shop e uma das principais atrações comercias, o The Aviary, onde ficam hospedados e a venda várias espécies de papagaios e outras aves exóticas.
Tem, também, um lindo jardim tropical e santuário para passear, meditar e namorar, e até uma capela, onde casamentos são realizados. Entre os estabelecimentos gastronômicos, o The Village Chalét é aberto para almoço e jantar de quarta a domingo, com música ao vivo sexta e sábado.
Mas o ambiente mais charmoso do Cauley Square Historic Village é o restaurante The Tea Room, que merece uma visita.
É um salão de chá com ambiente requintado, estilo inglês, e muita pompa, mas uma elegância acolhedora. São seis salas distintas, todas sofisticadas, cada uma com espaço para sentar entre 12 e 35 pessoas.
O The Tea Room (12310 SW 224 Street, Miami Florida 33170) foi inaugurado originalmente no final dos anos ‘70, sobreviveu aos danos causados na região pelo furacão Andrew em 1992, e agora está se reinventando nas mãos de uma nova dona, Veronica Gobin, uma hondurenha que chegou em Miami em 1979, nas mesma época que o The Tea Room estava abrindo as portas.
“É um lugar tão especial”, diz Veronica, que frequenta há anos o estabelecimento. “Não há nada igual em Miami”. Ela é responsável pelos doces e bolos e Kris, seu parceiro – de vida e negócios — é o “chef de cuisine”. De origem indiana, ele traz pratos variados da culinária internacional.
Entre os favoritos, para aperitivo: a sopa de cebola e quiche lorraine ou de espinafre, de origem francesa; o “curry puff”, um empanado – apimentado, saborosíssimo – para quem gosta de curry, da culinária indiana; e a quesadilla de queijo com opção de acrescentar frango, prato típico mexicano. De entrada, as saladas são todas deliciosas, mas tem uma em especial para quem gosta de queijo de cabra, com espinafre, tomate e pedacinhos de bacon bem fritinho e crocante. Tem também diversos sanduiches gourmet e pratos típicos de café da manhã, como panquecas e Eggs Benedict, que são ovos poche com molho hollandaise, com opção de presunto, salmão, peru e espinafre.
A lista de chás é extensa e exótica, com 13 tipos, servido em bule ou xicara, entre eles chá natural, preto (tipicamente inglês ou indiano), verde (por exemplo, pepino e menta), ervas (como camomila e hortelã) e branco (por exemplo, gengibre e pera). O serviço é simpático, acolhedor e familiar, e a música ambiente, clássica, muito agradável, suave e refinada como toda a atmosfera do local. Vale conhecer um cantinho escondido dos Estados Unidos no que resta dos EUA escondido em Miami!
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