DA REDAÇÃO, com AP – O governo americano prendeu mais de 120 imigrantes em dois dias, principalmente oriundos da América Central, que estavam ilegalmente no País desde 2014. As prisões foram decretadas para os imigrantes que possuíam ordens judiciais de deportação, e gerou protestos dos ativistas pela causa imigratória, alegando que elas destruiriam famílias e abririam um grave procedente. Tire abaixo algumas dúvidas sobre o assunto.
O que os agentes fizeram?
No dia 2 de janeiro os agentes do ICE (polícia imigratória) começaram a buscar por imigrantes que cruzaram ilegalmente a fronteira com suas famílias em maio de 2014 e que tinham ordens judiciais para deixar o País. O secretário de Homeland Security, Jeh Johnson, disse que os agentes foram atrás somente de pessoas “que haviam esgotado todos os seus recursos legais”.
Dois dias depois, 121 pessoas de Honduras, El Salvador, Guatemala e México estavam presas. As detenções foram a maioria feitas no Texas, Georgia e North Carolina. Até hoje (14 de janeiro), 77 pessoas já haviam sido deportadas. As 44 remanescentes continuam lutando contra suas ordens de deportação.
Qual a razão das batidas?
Depois que o número de famílias cruzando a fronteira aumentou em 2014 o governo abriu centros de detenção designados para abrigar milhares de famílias enquanto seus casos eram processados nas cortes federais de imigração. Mas o número de leitos nunca alcançou o número de pessoas apanhadas atravessando a fronteira, e um juiz da Califórnia decidiu no ano passado que o governo descumpriu um acordo antigo de não deter crianças. Enquanto o governo se defendia da decisão, os agentes da imigração suspenderam a detenção de famílias por um longo período.
O número total de entradas ilegais pela fronteira de famílias e crianças desacompanhadas caiu pela metade durante o ano fiscal de 2015, embora tenha sofrido um aumento no mês de julho. Entretanto, desde o início do ano fiscal de 2016, em outubro, mais de 21.400 pessoas foram presas. No mesmo período, em 2015, foram 7.400 pessoas.
Johnson afirmou várias vezes que as “fronteiras não estão abertas para a imigração ilegal” e que as pessoas que a cruzarem ilegalmente estarão sujeitas à deportação. No início de janeiro, ele reiterou que os atravessadores que cruzaram a fronteira e que têm ordens de deportação são prioritários para remoção, e acrescentou que “mais batidas como esta vão acontecer, quantas forem necessárias.”
Qual foi a reação?
Os ativistas pela causa dos imigrantes e parlamentares Democratas denunciaram as batidas e apelaram para que o governo parasse com as deportações.
“Isto tem que acabar, e acabar já”, disse a deputada Nydia Velazques, de New York, na semana passada. “Os imigrantes e suas famílias estão aterrorizados… Estes são os membros mais vulneráveis da sociedade e nós os estamos tratando como criminosos.”
O líder da minoria no Senado, Harry Reid, disse que entrou em contato com o departamento de Homeland Security “para suspender as batidas até que encontremos uma forma melhor de fazer isso.”
Como isso afeta a campanha presidencial?
Os candidatos tomaram posição a respeito das batidas. A candidata Democrata Hillary Clinton criticou o presidente Barack Obama, enquanto o Republicano Donald Trump apoiou as medidas.
Clinton afirmou que a operação era uma “deportação em massa” e que traria “divisão e medo”. Trump não somente apoiou as batidas como pareceu louvar o governo pela iniciativa. “Nossa, por causa da pressão feita por mim, o ICE está realizando batidas de deportação em larga escala. Já era tempo!”.