Enquanto os holofotes se concentravam no Capitólio, em Washington, durante o discurso do Estado da União, na noite de quinta-feira (7), uma figura notável estava ausente: o secretário da Educação, Miguel Cardona. Ele tinha uma missão incomum e crucial: em caso de uma catástrofe ou ataque terrorista que eliminasse todas as autoridades presentes, ele seria designado para o cargo de presidente dos Estados Unidos, encarregado da monumental tarefa de reconstruir o governo.
Anualmente, um membro do alto escalão do Executivo é selecionado para se ausentar do discurso do Estado da União, garantindo assim a continuidade do governo em caso de uma tragédia. Com o vice-presidente e os presidentes das casas legislativas sempre presentes no evento, o “sobrevivente designado” geralmente é escolhido entre os postos mais baixos na linha de sucessão. Dessa vez, foi Cardona a pessoa conduzida para um local secreto fora da capital, sob rigorosa segurança, onde permaneceu durante toda a noite.
A linha de sucessão presidencial nos EUA estende-se por mais de uma dezena de nomes. A tradição de designar um sobrevivente teve início nos anos 1950, durante a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética. Em caso de morte ou incapacidade do presidente, o vice-presidente assume o cargo, sendo seguido pelo Presidente da Câmara dos Deputados e pelo presidente “pro tempore” do Senado, respectivamente. Em seguida na linha sucessória estão os secretários do Executivo, com o secretário de Estado ocupando a posição mais alta, seguido pelo secretário do Tesouro, da Defesa, o Advogado-Geral, e assim por diante.
No caso de Miguel Cardona, ele ocupa atualmente a 15ª posição na lista. Uma peculiaridade é que a secretária de Energia, Jennifer Graham, está imediatamente acima dele na linha de sucessão, mas, sendo nascida no Canadá e naturalizada americana, não pode assumir a Presidência.
*com informações do G1