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Congresso, finalmente, fecha acordo para amenizar a crise

Líderes partidários vão se reunir com secretário do Tesouro para acertar detalhes do pacote

Depois de muito debate e polêmicas, o Congresso americano finalmente costurou um acordo básico sobre as diretrizes do plano de salvamento do sistema financeiro do país. Democratas e republicanos chegaram a um consenso e vão acertar os últimos detalhes do pacote com o secretário do Tesouro, Henry Paulson, para que seu conteúdo seja colocado em votação antes mesmo do fim de semana. Com isso, o governo dos EUA, o Banco Central americano e o Congresso se unem para acabar com a crise
O plano foi divulgado na semana passada e uma das medidas seria a criação de uma agência pública para ajudar os bancos americanos em dificuldades. Pelo projeto, os EUA comprariam as dívidas de todos os bancos que tiveram rombos por causa dos calotes do setor imobiliário. Trata-se da mesma solução que já foi usada pelo Federal Reserve no fim dos anos 80 para recuperar instituições em perigo e a ajuda financeira poderá chegar a 700 bilhões de dólares.
“É um pacote grande porque se trata de um problema grande”, disse o presidente George W. Bush. Ele defendeu o valor da intervenção que seu governo vai realizar para combater a crise financeira e vinha pedindo urgência aos congressistas. “Vamos trabalhar com democratas e republicanos para retirar nossa economia desta situação difícil e trazê-la de volta ao caminho de um crescimento de longo prazo”, disse o líder dos Estados Unidos.
E foi isso o que aconteceu. O anúncio do acordo, por exemplo, foi feito na tarde de quinta-feira pelo senador democrata Chris Dodd, que tinha ao lado vários legisladores republicanos. Pelo acertado, Os 700 bilhões de dólares da ajuda não serão liberados imediatamente: o dinheiro virá em prestações e a primeira delas será de US$ 250 bilhões, de acordo com informações obtidas junto aos congressistas que participaram das negociações. O pacote ainda deve trazer limites para compensações dos CEOs dos bancos. “Chegamos a um acordo sobre muitas das questões importantes”, disse o chairman do comitê de Serviços Financeiros da Câmara, o democrata Barney Frank, em entrevista coletiva com boa parte dos participantes do encontro. Já o senador republicano Bob Corker disse que acredita a legislação será aprovada “antes de os mercados abrirem na segunda-feira”.
Quem primeiro anunciou o pacote foi o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson. Ele e o presidente do Fed, Ben Bernanke, se encontraram com líderes congressistas em Washington na semana passada para discutir o assunto. Eles disseram que a intervenção será a mais integral das aprovadas até o momento para resolver a restrição de crédito nos mercados internacionais, e manifestaram o desejo de que fosse aprovada pelo Congresso a toque de caixa. “Falamos de um enfoque integral, que exigirá uma nova legislação para enfrentar os ativos sem liquidez nos EUA”, resumiu Paulson em uma rápida coletiva de imprensa, na semana passada. Ele acrescentou que o país é capaz de se unir e realizar as coisas rapidamente quando é preciso, pelo bem do povo americano.
Em resumo, o que o governo quer para devolver a estabilidade aos mercados é adquirir dos bancos e das instituições financeiras ativos “sem liquidez” que ninguém quer mais e que provocaram uma das piores crises em Wall Street. Tal plano exige uma lei, daí a necessidade de se trabalhar com os congressistas. Paulson disse que o governo aumentará a intervenção no mercado imobiliário, que considera a raiz dos problemas financeiros dos Estados Unidos, além de outras medidas.

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