O Congresso dos EUA certificou formalmente a vitória do presidente eleito republicano Donald Trump nas eleições de novembro sobre a vice-presidente democrata Kamala Harris, abrindo caminho para que ele tomasse posse em 20 de janeiro.
A certificação dos resultados eleitorais de segunda-feira (6) nos 50 estados e no Distrito de Columbia foi realizada em uma cerimônia breve e formal durante uma sessão conjunta da Câmara dos Representantes e do Senado. Foi presidido por Harris, atuando em sua função de vice-presidente como presidente do Senado.
O ritual quadrienal contrastou fortemente com o de quatro anos atrás, quando uma multidão de apoiadores de Trump invadiu o Capitólio em uma tentativa fracassada de bloquear a certificação da derrota do então presidente Trump em 2020 para o presidente democrata Joe Biden.
Trump continua a alegar falsamente que a sua derrota em 2020 foi o resultado de fraude generalizada, e avisou ao longo da sua campanha de 2024 que nutria preocupações semelhantes até à derrota de Harris em 5 de Novembro.
“O Congresso certifica hoje a nossa grande vitória eleitoral – um grande momento na história. MAGA!” Trump escreveu em sua plataforma de mídia social Truth Social na segunda-feira.
A sessão conjunta do Congresso prosseguiu mesmo com uma tempestade de inverno pairando sobre a capital do país, derrubando cerca de 15 centímetros de neve e atrapalhando as viagens.
A certificação final apoiou conclusões preliminares de que Trump obteve 312 votos no Colégio Eleitoral contra 226 de Harris.
Republicanos controlam a Casa Branca e o Congresso
Os republicanos também obtiveram a maioria no Senado dos EUA e mantiveram uma pequena vantagem na Câmara nas eleições de novembro, o que dará a Trump o apoio partidário necessário para implementar a sua agenda planeada de cortes de impostos e repressão aos imigrantes que vivem ilegalmente no país.
Os democratas não tentaram bloquear a certificação da vitória de Trump na segunda-feira.
“Devemos renovar o nosso compromisso de salvaguardar a democracia americana”, disse a democrata nº 2 da Câmara, Katherine Clark, num comunicado no início do dia. “Como líderes eleitos, a nossa lealdade deve ser para com a Constituição, em primeiro lugar e sempre. Estamos aqui para honrar a vontade do povo e o Estado de direito.”
A segurança dentro e fora do Capitólio foi reforçada em preparação para a certificação e esperava-se que permanecesse em vigor até a posse de Trump.
Os terrenos do Capitólio eram cercados por cercas de metal a centenas de metros do Capitólio dos EUA e acessíveis apenas através de postos de controle guardados por policiais uniformizados.
Comboios de veículos policiais pretos estavam presentes, liderados por um centro de comando móvel da polícia de Baltimore com dez rodas. Reforços do Departamento de Polícia de New York também patrulhavam a área.
Lá dentro, equipes extras de policiais uniformizados do Capitólio dos EUA verificavam identidades nos locais de entrada, incluindo portas e túneis subterrâneos que levavam às câmaras da Câmara e do Senado.
Trump disse que planeja perdoar algumas das mais de 1,500 pessoas acusadas de participar do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando uma multidão lutou com a polícia, abrindo caminho através de janelas e portas e gritando: “Enforque Mike Pence”, referindo-se ao então vice-presidente de Trump, numa tentativa fracassada de impedir o Congresso de certificar a vitória de Biden.
Na confusão de 2021 no Capitólio, manifestantes ultrapassaram as barricadas policiais, agredindo cerca de 140 policiais e causando mais de $2.8 milhões em danos. Vários policiais que lutaram contra os manifestantes morreram nas semanas que se seguiram, alguns por suicídio.
Como resultado da violência daquele dia, o Congresso aprovou legislação no final de 2022 reforçando as barreiras de proteção para garantir que o processo de certificação seja administrado de forma legal. Muitas destas mudanças foram diretamente uma resposta às ações de Trump que antecederam e incluíram 6 de janeiro de 2021. Por exemplo, a nova lei afirma que o papel do vice-presidente é em grande parte cerimonial.
