O ex-policial militar Antonio José De Abreu Vidal Filho, de 31 anos, admitiu perante o tribunal federal de Boston ter mentido sobre seu histórico criminal ao solicitar o visto para entrada no país, duas semanas depois de ter sido libertado da prisão para aguardar o julgamento em liberdade. O brasileiro, que reside em Malden, está sob custódia federal e a sentença está marcada para 29 de maio.
Segundo a promotoria, depois de desembarcar em Miami em 2018, Vidal Filho retirou sua carteira de motorista, número de seguridade social, documentos de viagem e autorização de trabalho. Em janeiro de 2020, solicitou asilo político, e novamente mentiu ao afirmar que nunca havia sido acusado, processado, preso ou interrogado fora dos Estados Unidos.
O crime de perjúrio a pena pode chegar a cinco anos de prisão, além de três anos de liberdade supervisionada e multa de até $ 250.000. O brasileiro pode ainda ser acusado pelo uso indevido de documentos de imigração e por falsificação e ocultação de informações, o que no total poderá resultar em 15 anos de prisão, seis anos de liberdade supervisionada e multa de até $ 500 mil.
Vidal Filho foi detido por policiais federais em 14 de agosto de 2023, no canteiro de obras em que trabalhava em Rye, New Hampshire. A prisão ocorreu após a Interpol emitir um alerta vermelho contra o fugitivo, e cerca dois meses depois de ter sido julgado no Brasil pelo assassinato de 11 adolescentes, episódio que ficou conhecido como “Chacina do Curió”. O ex-policial foi condenado a 275 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e tortura física e psicológica.
