O fentanyl, tipo de opioide mais forte disponível para uso médico, foi o responsável pelas mortes de 5.302 pessoas na Flórida em 2020. Um aumento de 63% em relação ao ano anterior, segundo relatório recente divulgado pelo Florida Medical Examiners Commission. E o condado de Broward, no sul do estado, foi o que registrou o maior número de óbitos relacionados à droga; 642 no total. Os números preocuparam as autoridades, já que este tipo de morte aumentou mais de 400% de 2015 em diante. Em um comunicado divulgado semana passada, o gabinete do Broward County Sheriff’s Office alertou para a venda de prescrições e pílulas falsas. Em dezembro, o U.S. Justice Department também fez um apelo à população sobre os riscos do comércio irregular do produto, principalmente pela internet.
“O abuso de opioides legalmente vendidos já causa um impacto devastador em nossa comunidade”, disse o procurador interino Rafael Gonzalez, acrescentando: “Mas também vimos um aumento assustador de pílulas falsificadas vendidas nas ruas e online. O público deve estar ciente de que, embora possam parecer medicamentos confiáveis, essas fórmulas provavelmente contêm o poderoso fentanyl. Aquela pílula que você comprou na rua pode ser a última que você vai tomar”, finalizou.
O Drug Enforcement Administration explica que o fentanyl possui efeito analgésico até 100 vezes mais potente que a morfina e é geralmente indicado para pacientes que sofrem de dores severas. Os efeitos podem gerar dependência física e psíquica e, quando misturado a outras substâncias, como o álcool, há elevado risco de parada cardiorrespiratória. O levantamento da Florida Medical Examiners Commission aponta que 95% das mortes relacionadas ao fentanyl na Flórida foram acidentais. Em 2017, o governo estadual sancionou um projeto de lei que acusa traficantes de drogas de assassinato, caso a venda resulte em overdose fatal. Cerca de 5% das mortes em 2020 foram consideradas homicídios.