Aplicantes ainda precisam sair do País para entrevista
Joselina Reis
“Cada caso é um caso”, diz advogado Max Whitney que conversou com o jornal AcheiUSA para esclarecer a comunidade brasileira sobre a nova diretriz do Departamento de Imigração (DHS sigla em inglês) que beneficia familiares ilegais de cidadãos americanos. Ele disse que tem recebido inúmeros telefonemas de pessoas que acreditam ser beneficiadas com as mudanças, porém desconhecem os detalhes do texto. Para ajudar as pessoas a entenderam mais sobre o assunto, ele cita exemplos que como a mudança pode resolver o caso de muitos imigrantes.
Cenário: Pais brasileiros, com visto de turista vencido, e filhos nascidos nos Estados Unidos porém menores de 21 anos.
Resposta: A nova diretriz não se aplica para esses casos. Eles precisam esperar os filhos completarem 21 anos, como a lei sempre exigiu para requerer o pedido de perdão (waiver em inglês).
Cenário: Pais brasileiros, com visto de turista vencido, e filhos nascidos nos Estados Unidos, porém maiores de 21 anos.
Resposta: A lei de imigração americana sempre ofereceu o direito dos filhos maiores de 21 anos de poder aplicar para os pais ilegais. A diferença, agora, explica o advogado, é que o tempo de espera será menor. Antigamente os pais tinham que voltar ao Brasil e requerer o perdão em território brasileiro, aguardar a resposta (o que poderia durar até anos) e depois pedir um visto para retornar legalmente aos Estados Unidos. O problema é que, naquela época, a demora poderia ser longa e como a resposta dependia de um poder executivo contrário à imigração, nem sempre a espera tinha um final feliz. Agora, com a nova diretriz, responde o advogado, os pais vão poder entrar com pedido de perdão ainda em solo americano e deixar o país com provas de que tem intenção de se legalizar.
No entanto, Max Whitney alerta que sempre vai existir o risco de ser negado. “Cada caso é um caso. Ninguém pode te dar 100% de garantia de nada”, enfatiza. A imigração, conta, tanto pode dar uma resposta positiva ao pedido de perdão enquanto o requerente ainda está nos Estados Unidos ou segurar a resposta até após a entrevista que ele deve fazer no Brasil. Quanto a possibilidade disso ser uma armadilha, o advogado disse que confia na interpretação do atual poder executivo (Governo Federal americano) que é pró-imigração. “Na administração Bush, poucos voltavam”, lembra.
Max Whitney lembra as famílias eufóricas com a divulgação na nova diretriz, que não basta apenas ter ficha limpa na justiça para conseguir o benefício. O patrocinador do pedido, no caso o membro americano da família, ressalta Whitney, tem que demonstrar que a ausência do familiar ilegal causaria dificuldade extrema à sua vida nos Estados Unidos. “É mais do que financeiro, tem que provar algo mais do que isso”, finaliza.
Cenário: Pai ou mãe foi deportado e os filhos agora planejam aplicar para o visto porque pensam que podem reunir a família em solo americano.
Reposta: Ele lembra que uma vez deportado as chances de ter um visto para os Estados Unidos são praticamente nulas.
Cenário: Pais brasileiros com filhos americanos. Porém os pais foram beneficiados (através de fraude) pelo LULAC (lei de 1986 que dava residência permanente a pedidos de asilo político).
Resposta: Fraude contra a imigração é coisa grave, e a possibilidade de agora seus filhos maiores de 21 anos regularizarem a situação é quase nula.
Cenário: Esposa brasileira com cidadania americana, marido brasileiro ilegal vindo pela fronteira com México.
Resposta: O escritório da advogada Liliana Jurado informou que, nesse caso, é possível ser beneficiado com a nova diretriz. O casal teria que seguir o mesmo trâmite das famílias com filhos. Eles devem fazer o pedido de perdão nos Estados Unidos e irem ao Brasil para uma entrevista.
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