A disputa presidencial entre Donald Trump e Kamala Harris deve impactar a economia brasileira, ainda que o Brasil não seja o foco da política externa americana. As propostas dos candidatos para o comércio exterior podem pressionar ainda mais o dólar frente ao real, influenciar investimentos e afetar as contas públicas do Brasil. Na última sexta-feira, 2, o dólar atingiu R$ 5,83, o maior valor desde 2020, aumentando as preocupações com os possíveis efeitos de uma vitória de Trump ou Kamala no câmbio.
Caso Trump vença, ele pode impor tarifas elevadas sobre produtos importados, principalmente da China, em uma política protecionista para fortalecer a economia americana. Essa abordagem, segundo analistas, tende a pressionar ainda mais o real, resultando em inflação e outros desafios econômicos no Brasil.
Kamala Harris, por outro lado, deve dar continuidade às políticas de Joe Biden, mantendo uma relação comercial mais estável com o Brasil. No entanto, ambos os candidatos são unânimes na postura mais rígida em relação à China, o que mantém o comércio global tenso e pode afetar mercados emergentes, incluindo o Brasil, que é grande exportador de commodities.
Outro ponto crucial é a taxa de juros nos EUA, atualmente elevada para conter a inflação americana, o que atrai capital para os EUA e reduz o fluxo de investimentos em mercados emergentes, como o Brasil.
Com uma moeda desvalorizada e inflação em alta, o Brasil permanece vulnerável às decisões econômicas dos EUA. Essa eleição americana promete influenciar não apenas o futuro econômico dos EUA, mas também as exportações brasileiras e o valor do dólar frente ao real.