Música

Com violão nas costas, brasileiro conhece EUA e Europa como músico de rua

Felipe “Phill” Gorczeski, na Califórnia (Foto: Arquivo pessoal)
Felipe “Phill” Gorczeski, na Califórnia (Foto: Arquivo pessoal)

Música e viagem são duas coisas que combinam perfeitamente. E o brasileiro Felipe “Phill” Gorczeski, de 29 anos, soube transformar a junção destas prazerosas atividades em um estilo de vida.

Talentoso violonista, ele começou a tocar blues ainda na adolescência e, depois de adulto, começou a percorrer lindos lugares do mundo impulsionado pelos seus dotes musicais.

Sua primeira grande viagem foi para a Irlanda em 2013, aos 22 anos. Phill chegou a Dublin com visto de estudante, mas seu plano prioritário era outro: começar a tocar nas ruas da cidade para mostrar sua arte e, de quebra, ganhar uns trocados. O início da empreitada, entretanto, não foi fácil.

 “Nos meus primeiros dias em Dublin, levei meu violão para a Grafton Street. Eu estava apreensivo. Parei em um lugar por onde passava muita gente e comecei a tocar. Mas o barulho da área era muito alto e ninguém prestava atenção em mim. Não consegui um euro sequer neste dia”. 

O brasileiro percebeu que precisaria se apresentar em locais mais silenciosos, mas onde, ao mesmo tempo, houvesse circulação considerável de pessoas “Comprei um amplificador e, certo dia, achei um lugar relativamente mais tranquilo para fazer meu som, na região de Temple Bar. As pessoas me escutavam melhor e pararam para me ver”.

Roubado nos EUA 

Depois de um ano em Dublin, o visto de Phill expirou. Após voltar ao Brasil, ele só pensava em reproduzir a ótima experiência irlandesa em algum outro canto do mundo. E seu destino foi os Estados Unidos, lugar onde ele passou longas temporadas em três ocasiões.

“Na primeira viagem, fui para Los Angeles com um visto de estudante e, ao chegar lá, para variar, comecei a caçar locais para tocar na rua”, relembra. Neste primeiro momento, porém, houve uma decepção. Los Angeles é uma cidade feita para carros, muito impessoal. Tentei fazer shows na Sunset Boulevard, mas ninguém me escutava. E Venice Beach já tem uma cena estabelecida de artistas de rua. Foi difícil me inserir lá”.

O brasileiro, entretanto, encontrou melhores cenários em outras cidades da Califórnia, onde ele tocou em parques, eventos de rua e em regiões lendárias, como o distrito de Haight-Ashbury, em San Francisco, polo da cultura hippie nos anos 1960. Mas foi nos Estados Unidos que ele viveu um dos piores momentos de sua vida. Phill tinha comprado um carro e, para sua alegria, havia sido chamado para fazer um show em um bar da cidade de Oakland, perto de San Francisco.

“Algumas horas antes do show, parei o carro na frente do bar e entrei para falar com o gerente. Fiquei só cinco minutos lá dentro e, quando saí, a janela do carro estava quebrada. Arrombaram o veículo e levaram meu violão. O mundo caiu para mim”. Decepcionado com a perda do seu querido instrumento (que o impediria de fazer o show naquele dia) e com o prejuízo que aquilo acarretava (o violão custava cerca de $ 600), Phill teve o impulso de ir embora dos Estados Unidos. “Voltei para o Brasil alguns dias depois do roubo. Estava muito decepcionado”.

O brasileiro, entretanto, voltaria aos Estados Unidos alguns meses depois, com outro violão e novamente disposto a combinar sua arte com uma vida de viagens.

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