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Com novas marcas e acordo bilionário, Odebrecht ressurge pós-Lava Jato

A companhia começou a mudar seu posicionamento. Em dezembro de 2016, assinou o acordo de leniência com os procuradores da Lava Jato

A construtora Odebrecht – uma das personagens principais da Operação Lava-Jato
A construtora Odebrecht – uma das personagens principais da Operação Lava-Jato

A construtora Odebrecht – uma das personagens principais da Operação Lava-Jato – está empenhada em mostrar que mudou, com novas políticas e até novos nomes para as empresas do grupo.

A companhia começou a mudar seu posicionamento. Em dezembro de 2016, assinou o acordo de leniência com os procuradores da Lava Jato. Na época, foi o acordo do tipo mais caro da história, ultrapassado mais tarde pelo firmado pela JBS.

Agora, em março de 2018, o acordo de leniência foi reconhecido pela Controladoria-Geral da União e a Advocacia Geral da União. No documento, a Odebrecht admite irregularidades cometidas em contratos feitos com a União e se compromete a devolver cerca de 3,8 bilhões de reais aos cofres públicos em 20 anos.

Os 77 executivos do grupo envolvidos no escândalo também assinaram, em 2016, acordos de delação premiada, como o herdeiro e ex-presidente Marcelo Odebrecht. Desses, 51 foram desligados, e os outros 26 continuam na companhia, mas sem exercer cargos executivos ou participar de decisões.

A empresa negociou acordos com o Ministério Público Federal e autoridades de diversos países, como Estados Unidos e Suíça. Ela publicou, ainda em dezembro de 2016, um pedido oficial de desculpas, em que “reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial”. “A Odebrecht aprendeu várias lições com os seus erros. E está evoluindo”, escreve ela.

Depois do pronunciamento, a corporação anunciou diversas mudanças em sua estrutura, seja ao vender ativos, criar políticas de conformidade, mudar sua política de recursos humanos e até mesmo mudar completamente o nome de algumas empresas do grupo.

O processo de recuperação da crise de imagem é longo e passa por diversas fases, diz Francine Altheman, professora de gerenciamento de crise do curso de jornalismo na ESPM. “A primeira fase foi quando a Odebrecht veio a público e pediu desculpas”, afirma a professora.

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