A rede inglesa BBC reportou, na última quarta-feira (25), evidências de um número considerável de mortes relacionadas ao Covid-19 nas regiões rurais da China, à medida que o vírus se espalhava das grandes cidades para áreas mais remotas com populações mais velhas. Segundo a reportagem, artesãos da região de Xinzhou, na província de Shanxi, dizem não estar dando conta do número de pedidos de caixões, e as funerárias admitem estar ganhando “ganhado uma pequena fortuna” com a crise de saúde.
De acordo com o epidemiologista Wu Zunyou, ouvido pela BBC, cerca de 80% da população chinesa — mais de um bilhão de pessoas — foi infectada desde que a China suspendeu as restrições em dezembro. No fim de semana passado, o país registrou 13 mil mortes relacionadas ao coronavírus em menos de uma semana, somando-se às 60 mil mortes contabilizadas desde dezembro. O montante, porém, só reflete as mortes ocorridas em hospitais e não contabiliza aqueles que morreram em casa ou em instalações médicas rurais. O governo chinês não revelou uma estimativa oficial do número de mortes nas aldeias, mas segundo a BBC, evidências apontam para um número crescente nos últimos meses.
Todos os anos, centenas de milhões de pessoas voltam para suas cidades natais nesta época para celebrar o Ano Novo Lunar, festividade mais importante da China. As aldeias visitadas são, muitas vezes, lugares onde vivem principalmente pessoas idosas, mais vulneráveis ao coronavírus. Para o Festival da Primavera, que teve início em 7 de janeiro e vai até 15 de fevereiro, o governo local está pedindo a população para não voltar para casa este ano se forem dividir espaço com familiares idosos que ainda não tiverem sido infectados pelo Covid.