Coiotes estão usando as redes sociais para espalhar boatos sobre uma suposta “legalização generalizada” que será feita pelo governo Biden aos imigrantes ilegais e oferecerem seus serviços em cima disso.
Páginas com nomes como “Travessia segura para os EUA ilegalmente”, “Ajudo na travessia”, “Travessias baratas para os EUA” ( nomes traduzidos do espanhol para português), explodiram na internet nas últimas semanas, conforme reportou o jornal Los Angeles Times.
“Se você deseja fazer a travessia para os Estados Unidos aproveite que agora é mais fácil sem Trump. Você ainda tem o sonho americano, mande-me mensagens e eu te darei informações”, diz um dos anúncios, onde também é possível ver fotos de imigrantes cruzando o deserto.
Javier Osorio, analista da School of Government & Public Policy disse ao LA Times que o uso da tecnologia por esses traficantes “não é algo novo”, mas que antes eles o faziam por canais privados, como a rota escura da internet, que são mais difíceis de ser acessados pelo público em geral. “Agora eles postam no Facebook e no Twitter ”, disse Osorio.
“As caravanas de imigrantes se comunicam com essas pessoas inicialmente pelas mídias sociais abertas e depois vão para canais privados como WhatsApp. Esses canais são amplamente usados na América Central e os coiotes veem esses espaços virtuais para captar clientes em potencial”, disse.
Autoridades do Costums and Border Protection (CBP) monitoram essas redes usadas pelos traficantes e “compra dados de telefones celulares de empresas privadas para registrar a posição geográfica dos coiotes”, explicou o analista.
Relatórios recentes do CBP revelam que o fluxo migratório na fronteira entre México-EUA tem aumentado gradualmente desde dezembro passado.
O presidente Biden se elegeu com um discurso de reverter algumas políticas de fronteira consideradas “danosas”, incluindo a interrupção da construção do muro de fronteira com o México.
“E muitos conservadores e agentes do CBP já estão alertando que essas políticas mais frouxas se traduzirão em uma nova inundação de imigrantes e uma possível nova crise humanitária na fronteira nos próximos meses”, avalia Osorio.