Um estudo conduzido por cientistas da Brown University, em Rhode Island, descobriu que comer peixe duas vezes por semana aumenta consideravelmente os riscos de câncer de pele. A pesquisa publicada nesta quinta-feira (9) na revista Cancer Causes & Control começou a ser desenvolvida há 15 anos e, durante este tempo, acompanhou a dieta de 491.367 participantes com em média de 62 anos de idade.
Dentre eles, 3.284 desenvolveram melanoma e 5.034 pessoas desenvolveram melanoma maligno. Os cientistas confirmaram uma correlação entre aqueles que ingeriram peixes e frutos-do-mar com mais frequência, acima de duas porções semanais de 150g, e a presença de células cancerígenas na camada superior da epiderme. “Consumo de peixes tornou os pacientes 22% mais propensos a desenvolver melanoma maligno e 28% a ter melanoma in situ ( não maligno)”, diz o estudo.
De acordo com as descobertas, contaminantes encontrados em peixes como bifenilos policlorados, dioxinas, arsênico e mercúrio estão relacionados ao maior riscos de surgimento da doença.
Entretanto, o artigo destaca que os peixes fritos não foram relacionados à incidência do câncer de pele. “A ingestão de peixe frito foi inversamente associada ao risco de melanoma maligno”, escreveram os cientistas. Já sobre os “frutos-do-mar”, citados no artigo, que inclui “solha, bacalhau, camarão, amêijoa, caranguejo, lagosta”, a forma de cozimento não foi especificada. Fatores como peso, dieta, hábitos de fumar e consumo de álcool dos participantes, bem como a exposição aos raios UV, foram considerados dentre aqueles que receberam diagnóstico da doença.
Os estudiosos da Brown University disseram que as análises continuam, e que uma dieta equilibrada e saudável em geral deve incluir peixes. Os resultados do estudo não mudam essa recomendação feita pela NHS ( National Health Service). ”Pessoas que tiveram um risco aumentado de câncer de pele associado ao consumo de peixes podem ter outros hábitos desconhecidos que contribuíram para o diagnóstico”, destaca o texto.