Antonio Tozzi Esportes

Chegou o momento da grande final da Copa Libertadores da América

De um lado, o Flamengo (o time de maior torcida do Brasil e campeão da Libertadores em 2019); de outro, o Palmeiras (time que disputa com o São Paulo o posto de terceira maior torcida do país e atual campeão da Libertadores). Essas duas potências futebolísticas se encontram no sábado (27) no Estádio Centenário, em Montevidéu, capital do Uruguai.

Uma final com tamanha carga de adrenalina é mais do que os dirigentes da Conmebol (entidade que cuida do futebol na América do Sul) poderiam sonhar. O estádio será pequeno para comportar os torcedores que devem lotar todas suas dependências. E as duas torcidas deverão fazer um duelo atraente para os fãs do futebol, ao dividir o Estádio Centenário. Na verdade, a torcida flamenguista será um pouco maior do que a palmeirense e deverá cantar em tom mais alto seus cânticos. Entretanto, os torcedores alviverdes prometem incentivar com empenho seus representantes no gramado.

Nem todos, porém, estão celebrando. Para haver vencedores, há que se ter perdedores. Sem dúvida, o SBT é o grande vitorioso enquanto a Rede Globo ficou como a principal derrotada. A emissora mais poderosa do Brasil sempre controlou os principais eventos esportivos, porém, ultimamente tem perdido a primazia para outros concorrentes. Deste modo, a Band é a nova casa da Fórmula 1 nas transmissões das corridas para os telespectadores brasileiros. Agora, a Copa América, a Copa Sul-Americana e a Taça Libertadores da América têm no SBT sua nova casa.

Ora, pode-se afirmar que Silvio Santos é mesmo um homem de sorte. Dono de uma emissora de televisão onde os programas esportivos não tinham nenhuma expressão, SS aproveitou a brecha deixada pela Rede Globo que entrou em uma briga com os diretores da Conmebol e abriram mão destes eventos para fazer uma oferta e assinar os contratos de exclusividade de transmissão em TV aberta. O Grupo Disney transmitirá a final no segmento de TV a cabo.

Logo no primeiro ano desta nova parceira, Palmeiras e Santos – dois clubes paulistas – chegaram à final da Libertadores, permitindo assim ao SBT registrar pontos significativos no Ibope, graças à esta final inédita, disputada em 30 de janeiro deste ano. Pois bem, agora a final tem um sabor ainda mais especial por reunir Palmeiras e Flamengo – dono de uma torcida enorme e apaixonada. Poucos têm dúvida que a audiência superará a final de 2020 e seja lá quem ficar com o título ainda terá no SBT, uma emissora que dá sorte à sua equipe. Arrependidos do erro estratégico, os diretores do Esporte da TV Globo voltaram a se reaproximar da Conmebol e pretendem reconquistar os direitos perdidos. Só que agora, na próxima renovação, terão um concorrente de respeito. 

Como os rivais chegam à final

O futebol tem suas nuances próprias e até por isto mesmo é algo sedutor. Muitas vezes, ele transcende a mera prática esportiva para se tornar em algo lúdico que hipnotiza os torcedores fazendo com que durante aqueles 90 minutos as pessoas se esqueçam das dívidas, das desavenças, enfim, de todas desventuras em troca de um gol do time do coração.

A comprovar essa mística, torcedores do Flamengo acompanharam os jogadores (seus heróis?) até o Aeroporto do Galeão para desejar a melhor da sorte a eles na decisão durante o episódio que foi batizado de “AeroFla”. Do outro lado, a festa foi no Centro de Treinamento do Palmeiras, com os fãs dando adeus aos jogadores (seus guerreiros?) e abençoando-os para que tragam novamente ao Allianz Parque outra taça de melhor da América do Sul.

Deixado de lado os aspectos filosofico-social do futebol, é chegado o momento é de analisar os pontos esportivos. No mês de setembro, logo após a confirmação dos finalistas, o Rubro-Negro carioca continuou a aplicar goleadas nos adversários e exibir um futebol bem jogado. Já o Alviverde, mostrava um futebol acanhado e acumulava derrotas. Em outubro, o panorama mudou. O time de Abel Ferreira destruía seus adversários e encantava com um futebol objetivo e vertical. O time de Renato Portaluppi, porém, começou a tropeçar contra adversários fracos e perdeu pontos importantes que praticamente o alijaram da luta pelo título brasileiro. No final, o Mengo voltou a vencer e Verdão perdeu três seguidas. Nas últimas partidas pelo Brasileirão, dois empates em 2 a 2 mostraram que ambos estão bem no ataque e as defesas carecem de mais atenção.

Ruim para os dois

Em confronto direto na luta contra o rebaixamento, Atlético-GO e Juventude empataram por 1 a 1 na noite desta terça-feira (23), no Antônio Accioly. O resultado mantém os dois clubes colados ao Z-4, mas teve sabor amargo para o Dragão, que vencia até o fim com gol de Zé Roberto. Ricardo Bueno, no entanto, deixou tudo igual para o Alviverde e estragou a festa da torcida rubro-negra, que lotou o estádio.

O Atlético-GO é 15º colocado, agora com 41 pontos. O Dragão volta a campo já na sexta-feira (26) para enfrentar a Chapecoense, na Arena Condá, pela 36ª rodada. O Juventude vai a 40, mas é o 16º, apenas uma posição acima da degola. O Alviverde recebe o Bragantino apenas na próxima terça-feira (30), no estádio Alfredo Jaconi, pela 35ª rodada.

Verdão e Galo fazem jogaço

Palmeiras e Atlético-MG fizeram um jogo brigado e movimentado no Allianz Parque, na noite de terça-feira (23). Com objetivos bem diferentes, os rivais alternaram bons momentos e ficaram no empate por 2 a 2, em jogo que abriu a 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mesmo com time reserva e pensando na final da Libertadores, o Verdão jogou bem e ficou duas vezes à frente no placar, com Wesley e Deyverson – e ainda perdeu um pênalti com Patrick de Paula, pouco antes do segundo gol. Já o Galo, ansioso pelo título, buscou a igualdade com Zaracho e Hulk, mas não conseguiu abrir distância do Flamengo, que também empatou com o Grêmio. Sem a vitória, o time de Cuca não tem possibilidade de confirmar o título já no domingo, contra o Fluminense. E terá de esperar um pouco mais.

O empate leva o líder Atlético-MG aos 75 pontos, contra 67 do vice-líder Flamengo. Mesmo que vença o Fluminense no domingo (28), ainda não será possível comemorar o título – essa confirmação pode sair, no mínimo, no dia 30 de novembro, mesmo sem entrar em campo: caso o Flamengo não vença o Ceará. Já o Palmeiras vai a 59 pontos, confortável em terceiro lugar.

Grêmio reage, mas deve lamentar

Dentro das circunstâncias, o resultado até se tornou bastante aceitável. Mas a verdade é que o Grêmio não aproveitou uma chance de ouro para subir na briga contra o rebaixamento no Brasileirão. O empate em 2 a 2 (dois gols de Vitinho e gol de Borja e Ferreira para os gaúchos) com um Flamengo descaracterizado na noite de terça-feira (23) mostrou uma demora para encarar o jogo como se deveria na Arena.

O ponto somado ficou de bom tamanho pelo contexto em campo. Com a expulsão de Jhonata Robert no começo do segundo tempo e 2 a 0 contra no placar, já se esperava pelo pior. A reação deixou uma boa imagem e foi destacada pelas vozes oficiais do clube, mas a impressão é que o despertar poderia ter ocorrido antes.

O empate deixou o Tricolor com 36 pontos, um atrás do Bahia, próximo adversário, que tem um jogo a menos. Uma vitória sobre o time totalmente reserva do Flamengo significaria ganhar a posição dos baianos na tabela e encurtar a distância para Juventude e Atlético-GO, que empataram.

A final invisível

O Athletico é campeão da Copa Sul-Americana 2021. O Furacão venceu o Red Bull Bragantino, por 1 a 0, no estádio Centenário, em Montevidéu, neste sábado (20), na finalíssima da competição.

Nikão marcou o gol do título aos 29 minutos do primeiro tempo, mandando de voleio após o rebote de Cleiton em chute de Terans. O Bragantino criou chances na segunda etapa, pressionou até o fim, mas não conseguiu levar o jogo para a prorrogação.

É a segunda vez que o Athletico conquista a Sul-Americana – tinha conquistado o título pela primeira vez em 2018.

O Furacão merece toda a reverência por ter conseguido sete títulos nas últimas três temporadas e pode conseguir ainda mais um este ano, pois fará as finais da Copa do Brasil com o Atlético-MG depois do Brasileirão. Entretanto, os finalistas não lotaram as dependências do estádio e isto provocou uma discussão sobre o jogo único para decidir a Copa Sul-Americana. Ao contrário da Taça Libertadores da América, a competição não empolga tanto seus torcedores e geralmente reúne equipes com torcidas pequenas, como é o caso do Red Bull Bragantino. Talvez seja o caso da Conmebol rever sua decisão e voltar ao sistema de dois jogos.

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