Os chefes das três Forças Armadas do Brasil – Exército, Marinha e Aeronáutica – pediram demissão coletiva nesta terça-feira (30), depois de uma reunião como o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que substitui o general Fernando Azevedo e Silva, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. É a primeira vez na história do Brasil que os três comandantes da Forças Armadas pedem demissão ao mesmo tempo.
Edson Pujol, do Exército, Antonio Moretti, da Aeronáutica e Ilques Barbosa Júnior, da Marinha, entregaram suas cartas de demissão ao presidente em repsosta à demissão do agora ex-ministro da Defesa, Azevedo e Silva, na segunda-feira (29).
A demissão de Azevedo e Silva é parte da intenção de Bolsonaro de ver as Forças Armadas totalmente subordinadas ao seu governo, condição inaceitável pelo ex-ministro, que considerou “um perigo” esse tipo de associação, tendo sempre barrado a entrada da política nos quarteis.
A demissão pôs os quarteis em estado de alerta à véspera do aniversário do golpe militar de 1964, que instaurou a ditadura no Brasil. O clima é de tensão, com a tropa dividida. O alto escalão é contra o alinhamento com o governo, mas a base está quase toda com Bolsonaro.