Após 14 dias à procura de vidas entre os escombros do edifício Champlain Towers South que desabou parcialmente em Surfside, FL, no último dia 24 de junho, as equipes de buscas reconheceram que as chances de achar sobreviventes é “quase zero”.
Até esta quinta-feira (8), 54 corpos haviam sido encontrados e 86 pessoas continuam desaparecidas.
Em uma reunião privada com as famílias das vítimas, o Chefe de Operações do Corpo de Bombeiros de Miami-Dade, Ray Jadallah, disse que este foi “um dos anúncios mais difíceis” de toda sua carreira profissional.
Jadallah falou que a dificuldade de achar pessoas vivas é devido à falta de espaços vazios entre os entulhos onde alguém possa se manter respirando durante esse tempo. Todos os buracos que se formaram na montanha de entulhos remanescentes do edifício já foram vasculhados, conforme disse ele.
Com a aproximação da tempestade Elsa que incluía o sul da Flórida em seu epicentro, as autoridades decidiram implodir a parte do prédio que ficou de pé por questões de segurança.
A prefeita do condado de Miami-Dade, Danielle Levine Cava, disse que as equipes já não conseguiam aprofundar os trabalhos devido ao risco de novos desabamentos do Champlain Towers South.
A implosão controlada aconteceu no noite de domingo (4), e as buscas foram imediatamente retomadas após a demolição, com a ajuda de equipes enviadas por países como México e Israel.
O coronel israelense Golan Vach, um experiente especialista em operações desta natureza, disse que é preciso ser otimistas, mas “também realistas”.
Ele explicou que as equipes não encontraram nenhum sinal possível de vida: “Nem um alerta de um cão farejador, nenhuma detecção por meio do sonar ou imagem capturada por câmeras”, declarou.
“Estávamos aqui com 50 pessoas, mas toda a população de Israel estava atrás de nós”, disse Vach sobre a contribuição dada pelo país israelense, que incluiu também o envio de engenheiros de tecnologia.
Os agentes informaram que a falta de esperanças em encontrar sobreviventes em nada mudará o ritmo dos trabalhos, que agora passará a ser chamado de ‘operação de recuperação’ em vez de ‘operação de resgate’.
Ainda nesta quarta-feira, os membros das equipes que atuam no local deram uma pausa para um minuto de silêncio em homenagem aos mortos na tragédia.
Apenas um adolescente foi retirado com vida dos escombros no dia 24 de junho, nas primeiras horas após o desabamento.