Um agricultor de 45 anos, acusado de estuprar duas filhas com quem teve outros seis filhos, foi condenado a um total de 76 anos, dois meses e 20 dias de prisão no Norte catarinense, informa o portal G1. A sentença foi proferida pela juíza Monike Silva Póvias, da 2ª Vara Criminal de Rio Negrinho, na terça-feira (4). Ele continuará preso no Presídio Regional de Mafra.
O agricultor foi detido em casa no dia 11 de julho de 2014, após uma denúncia anônima. Depois de confessar que estuprava as filhas desde crianças, o homem relatou, em depoimento, que sofria de um distúrbio e que precisava de tratamento.
O condenado teve três filhos com cada vítima. Na época da prisão, a filha mais nova estava grávida da quarta criança proveniente dos abusos. Na casa da família, moravam 17 pessoas: o agricultor, a mulher dele e os nove filhos do casal, além de outras seis crianças geradas pelas jovens violentadas.
Além dos crimes de estupro, o agricultor também foi condenado por tortura contra a própria mulher e coação das vítimas durante o processo. As filhas eram mantidas isoladas, em regime de escravidão sexual, e sofriam constantes ameaças de morte, segundo a decisão.
De acordo com o inquérito da Polícia Civil, os estupros ocorriam desde que as duas jovens eram menores de idade. Uma das filhas afirmou que os abusos começaram quando ela tinha 5 anos de idade.
Segundo o Ministério Público, o crime de coação se caracterizou porque o suspeito obrigou as filhas e a esposa a mentirem em investigação policial no ano de 2008, quando uma das jovens registrou um boletim de ocorrência contra o pai por estupro. O promotor solicitou também a realização de exame de DNA nas crianças, filhas das jovens violentadas, para confirmar a paternidade.