Após ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) embarcou, no domingo (18) para Chicago, em Illinois. Em registro compartilhado nos stories de seu perfil no Instagram, o ex-procurador posou ao lado do telão de embarque do voo, que deixou o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, às 10:21 pm. Na legenda , escreveu “novas aventuras”. A postagem gerou polêmica na internet, com influenciadores de esquerda dizendo que o deputado cassado estava fugindo da Justiça.
“Eu não devo nada a ninguém”, respondeu Dallagnol em vídeo divulgado nas redes sociais. Segundo o ex-procurador da Operação Lava Jato, sua viagem é “acadêmica e profissional” para participar de uma conferência de caráter religioso. “Eu viajei para os Estados Unidos porque eu fui convidado para participar de uma conferência que é o maior think tank cristão do mundo”, completou.
Dallagnol afirmou que, para fugir, teria que estar sendo procurado pela Justiça, o que não é o caso. “Eu não vim para este país que de fato protege as liberdades. Eu vou retornar no dia 24 de junho para lutar contra as arbitrariedades dos donos de poder”, prometeu.
Perda de mandato
No dia 16 de maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o registro da candidatura de Dallagnol, impondo a perda de seus direitos políticos por oito anos. Na prática, o mandato foi anulado. Ele foi condenado com base na Lei da Ficha Limpa.
O regulamento proíbe membros do Ministério Público e magistrados de lançarem candidatura se tiverem pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processos administrativos disciplinares (PADs) – a restrição vale por oito anos. Na legislação, no entanto, não há referência a outras classes de procedimentos administrativos. Na época, o ex-procurador respondia a reclamações administrativas.
Dallagnol foi alvo de dois processos que pediram a cassação do seu mandato. Um deles é de autoria da federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), pela qual se elegeu Luiz Inácio Lula da Silva, e o outro, do PMN. O atual presidente foi condenado e preso após decisão do então juiz Sérgio Moro, hoje senador, em razão de denúncia apresentada pelo ex-procurador. Petistas comemoram a perda de mandato de Dallagnol.
O ex-procurador teve a perda do mandato confirmada no início de junho pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Na mesma semana, o ministro do Supremo Dias Toffoli negou um recuso apresentado pelo ex-procurador da Lava Jato para voltar ao cargo.
*com informações da CNN e O Globo