Imóveis em áreas com risco de enchente, vento forte e calor extremo estão perdendo valor e demorando mais para vender. Quase um quarto das casas na região metropolitana de Miami corre risco de ser afetado pela elevação do nível do mar, o que representa mais de $217 bilhões em propriedades vulneráveis.
Projeções do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) indicam que, até 2050, o nível do mar pode subir entre 25 e 30 centímetros em partes do sul da Flórida, o que deve aumentar a frequência e a gravidade das inundações. Esse cenário coloca em risco o valor de mercado de centenas de milhares de imóveis na região. Desde 2024, a plataforma Zillow passou a exibir nas listagens de imóveis dados sobre riscos climáticos, como enchentes, incêndios, ventos fortes, calor extremo e qualidade do ar.
Análises recentes mostram que casas com alto risco de enchente têm 19% menos chance de serem vendidas em comparação com aquelas em áreas de baixo risco. Imóveis em zonas de alto risco de incêndio enfrentam uma chance 8% menor de venda e tendem a permanecer mais tempo no mercado.
Mesmo com esses desafios, os valores medianos de listagem para casas em áreas propensas a enchentes ainda são, em média, 22% mais altos do que em regiões de baixo risco, refletindo o apelo de viver próximo ao mar. No entanto, com o aumento dos custos de seguros e a crescente conscientização sobre os riscos climáticos, o mercado imobiliário pode desacelerar em áreas mais vulneráveis.
Para quem deseja investir ou morar no sul da Flórida, especialistas dizem que é essencial considerar não apenas o charme e a localização dos imóveis, mas também os riscos associados às mudanças climáticas. Com a valorização de áreas protegidas e a desvalorização de zonas de risco, o cenário imobiliário da região está passando por uma transformação significativa.
