DA REDAÇÃO, COM BRAZILIAN TIMES – O brasileiro Elias Oliveira Cortes, 38 anos, foi detido por agentes federais de imigração quando se apresentou ao escritório do Immigration and Customs Enforcement (ICE), na cidade de Burlington (MA). De acordo com informações de amigos da família, ele foi ao local para a uma apresentação de checagem e foi preso.
Elias foi detido quando entrou no país, juntamente com a esposa grávida e dois filhos, na fronteira com o México, há cerca de oito meses. Desde então, Elias e a esposa, Shirlei Cortes, estão com tornozeleira eletrônica. Shirlei tem uma ordem para deixa o país no dia 20 de novembro.
O jornal Brazilian Times conversou com a esposa que falou sobre as dificuldades que está passando, uma vez que o marido está há dois meses detido. Ela disse que Elias já morou nos Estados Unidos há cerca de 12 anos e que, na época, decidiu voltar ao Brasil. “Mas havia uma carta de deportação contra ele e ninguém sabia”, disse Shirlei.
Depois de um tempo no Brasil, há cerca de um ano Elias decidiu voltar aos EUA e desta vez, com a esposa grávida e dois filhos. “Ninguém acredita, mas eu não sabia que estava grávida. Já estava de quatro meses”, fala ressaltando que a família veio através de um sistema chamado “cai-cai”, bastante conhecido pelos imigrantes. “A gente se entrega pela imigração, ganha um período para ficar no país e neste tempo lutamos para conseguir ficar mais”, explica.
Como ela chegou grávida, quase não trabalhou e por isso somente o marido era o provedor da casa. Além das contas nos EUA, ele arcava com as despesas dos juros cobrados pelo “coiote” no Brasil, que ainda ficou com a casa do casal.
Emocionada, Shirlei fala que está sendo difícil cuidar das crianças sem a ajuda de Elias. “Ele já assinou a carta de deportação e logo estará de volta ao Brasil. Como eu não tenho condições de cuidar dos três filhos, vai retornar também, uma vez que recebeu ordem para deixar o país em 20 de novembro”, fala. “Eu recebi esta notícia quando fui ao escritório em Burlington, no dia 19”, continua.
Como o casal não teve tempo de juntar economias e ainda entregou a casa para um coiote que cobrou a quantia de $36 mil para atravessar a família pela fronteira, Shirlei espera contar com a ajuda da comunidade. “Não temos nada e vamos voltar ao Brasil para começar do zero. Qualquer ajuda é bem-vinda”, comenta.