Como parte de um programa já em vigor no Arizona, em Massachusetts e na Geórgia, os agentes prisionais da Flórida vão assumir um novo papel: policiais de imigração. Isso significa que eles terão o poder de identificar e deter indocumentados como se fossem autoridades do ICE (Immigration and Customs Enforcement). A princípio, o objetivo é treinar cerca de cinco guardas de penitenciárias estaduais em um projeto-piloto, que já foi revisado e aprovado por um conselho consultivo federal.
“Estamos avançando nesta iniciativa e o trabalho do secretário do Departamento de Correções, Mark Inch, junto ao ICE tem sido fantástico e de mútua colaboração”, afirmou o governador da Flórida, Ron DeSantis, que sinalizou logo após sua posse que tomaria esta decisão. Falta apenas a notificação oficial da polícia de imigração para que o estado integre oficialmente o programa, conhecido como 287(g).
Na prática, esta parceria significa que os carcereiros, ao identificarem estrangeiros indocumentados que tenham cometido qualquer crime e representem um risco à segurança pública, podem solicitar a abertura de procedimentos imigratórios. E isso certamente é um ponto positivo para o governador DeSantis junto ao presidente da República, Donald Trump. Nunca é demais lembrar que o líder da nação apoiou em peso a campanha do republicano na Flórida, que venceu por pequena margem de votos. DeSantis tem adotado as políticas de imigração sugeridas pela Casa Branca, como por exemplo a proibição das chamadas cidades-santuário.
As medidas, porém, receberam críticas de ativistas. “Transformar carcereiros em agentes do ICE às custas dos contribuintes não tornará o nosso estado mais seguro”, disse Casey Bruce-White, diretor de comunicações da União Americana das Liberdades Civis da Flórida. Mas isso não deve mudar o curso da iniciativa, até porque em muitas prisões no estado já têm fornecido informações de indocumentados ao ICE.