Cerca de sete mil pessoas retomaram na quinta-feira (25) a caminhada rumo ao sonho americano. Eles ainda têm mais de mil milhas de caminhada pela frente para alcançar a fronteira dos EUA com o México, mas não pensam em desistir. “Não somos terroristas, somos trabalhadores, trabalhamos duro. Por isso estou indo para os Estados Unidos, para garantir uma vida melhor para o meu filho”, disse Diana Chavez, que saiu de Honduras, na América Central, onde a caravana teve início há uma semana.
Milhares de homens, mulheres e crianças, a maioria deles de Honduras, saíram a pé da cidade de Huixtla, no Estado de Chiapas, no sul do México, para continuar a dura e lenta caminhada até a fronteira com os Estados Unidos, a mais de 1.700 quilômetros de distância.
A caravana, que começou como uma marcha de algumas centenas de pessoas a partir da cidade hondurenha devastada pelo crime de San Pedro Sula no dia 13 de outubro, foi inflada para milhares de pessoas ao receber imigrantes de El Salvador, Nicarágua, Guatemala e continuou no México.
Autoridades imigratórias mexicanas disseram aos migrantes que eles não poderão atravessar ilegalmente para os Estados Unidos, mas cidadãos independentes ofereceram suprimentos e caronas aos migrantes.
Em Huixtla, moradores e grupos religiosos doaram roupas, e as autoridades locais providenciaram vacinas, água e comida.
“O povo mexicano nos deu muito mais do que esperávamos”, disse a ativista migrante Argelia Ramirez, uma das porta-vozes para a caravana que não tem uma liderança definida.
Trump repetidamente fez comentários que parecem ter como objetivo pressionar o México a conter a caravana. Autoridades já tentaram caminhar sobre a linha tênue entre responder às demandas de Washington para controlar as fronteiras e ao mesmo respeitar os direitos dos migrantes.
O ministro do Interior do México disse em um comunicado na terça-feira que cerca de 4.500 chegaram a Huixtla, cerca de 50 quilômetros ao norte da fronteira com a Guatemala.
Os migrantes acamparam a céu aberto na noite de terça-feira, sob a chuva, com muitas pessoas buscando abrigo sob marquises ou toldos de lojas, e tentando dormir cedo para se preparar para a longa caminhada antes do amanhecer.
Dezenas se levantaram para a luz de velas de uma vigília tarde da noite na praça da cidade para homenagear em silêncio um companheiro que caiu de um caminhão e morreu na cidade de Tapachula. (Com informações da Reuters).