Estados Unidos Gabriela Egito

Califórnia abre inscrições para auxílio-aluguel

Programa governamental contempla moradores de baixa renda que sofrem financeiramente com a Covid, mesmo que indocumentados

Para se inscrever, é preciso acessar o site housingiskey.com (Foto: Gabriela Egito)
Para se inscrever, é preciso acessar o site housingiskey.com (Foto: Gabriela Egito)

O governo da Califórnia abriu inscrições esta semana para o “CA COVID-19 Rent Relief” uma espécie de auxílio-aluguel que será pago pelo Estado a inquilinos financeiramente afetados pela pandemia. Serão $2,6 bilhões repassados pelo governo federal.

O benefício é aberto a todos que ganhem até 80% da renda mediana regional, um teto que varia conforme o condado. Em Los Angeles, o valor-limite estabelecido é de $39,450 para um indivíduo e $45,050 para duas pessoas na mesma residência. O governo estadual publica anualmente uma tabela que estabelece os níveis de renda por condado para até oito pessoas por moradia.

O programa contemplará todos os qualificados independente de status imigratório. Portanto, não serão exigidos documentos de comprovação de imigração para se inscrever. O valor poderá ser usado para pagar o aluguel, além de contas de água e energia elétrica, as chamadas “utilities”.

Tanto os inquilinos quanto os locadores podem se inscrever. Donos de imóveis podem pleitear até 80% da dívida que um ou mais arrendatários tiverem contraído entre 1º de abril do ano passado e o último dia deste mês. Ou seja, eles precisam concordar em abrir mão de receber os 20% restantes da dívida. Neste caso, ambas as partes devem se inscrever para completar o processo.

No entanto, mesmo que o dono do imóvel não concorde em abater a dívida em 20% e se recuse a participar do programa, ainda assim o inquilino pode aplicar para o benefício – mas só receberá 25% do total de sua dívida de aluguel. Esse é o percentual mínimo exigido pela lei SB 91 a ser pago até 30 de junho para evitar que o locador possa entrar com uma ordem de despejo na Justiça depois dessa data.

Em ambos os cenários (com a participação dos locadores ou não), as dívidas de água e luz serão cobertas integralmente, não estando vinculadas ao valor repassado para cobrir o percentual do aluguel. 

Para participar, é preciso ter se qualificado para o seguro-desemprego ou experimentado uma redução na renda familiar, incorrido em custos significativos ou enfrentado outras dificuldades financeiras devido à COVID-19, dentre outras situações que sejam possíveis de comprovar.

Diferentemente de outros programas do gênero, este não funciona por ordem de chegada. As inscrições serão aceitas continuamente. O Estado dará prioridade aos candidatos com menor renda. O objetivo é garantir que os mais necessitados recebam assistência primeiro. Havendo recursos depois disso, outros serão agraciados.

Em alguns condados, as inscrições serão gerenciadas localmente. Los Angeles, por exemplo, já informou que só começará a receber documentação a partir do dia 30 deste mês por meio do site hcidla.lacity.org.

Outros locais prentendem lançar seus próprios programas de auxílio-aluguel, como Santa Clarita e Riverside. Moradores dessas regiões ainda poderão se inscrever no programa estadual, mas a análise pode demorar mais tempo, para que não sejam feitos pagamentos duplicados. Para saber desses e outros detalhes, visite o site do programa estadual: housingisikey.com. 


Moradores de áreas nobres burlam vacinação e expõem desigualdade

Vacinação na Califórnia acontece em etapas para grupos específicos (Foto: RF._.studio @ Pexels)

Depois de um ano de pandemia, é compreensível que todos estejam ansiosos para se livrar das máscaras e adquirir imunidade contra o coronavírus e suas variantes. De acordo com o governo estadual, até agora já foram administradas 13 milhões de vacinas na Califórnia, dentro de uma população de quase 40 milhões.

Atualmente, só estão sendo vacinados profissionais de saúde, agricultura e alimentação, ensino e educação, serviços emergenciais e pessoas acima de 65 anos. Esta semana, começaram também a ser imunizados indivíduos de alto risco (doenças crônicas, etc.), deficiências físicas e comportamentais, dentre outros.

Mas tem gente que não se enquadra em nenhum desses casos furando a fila para garantir a sua dose o quanto antes. A procura tem sido tão grande que a cidade de Pasadena foi obrigada a cancelar a vacinação em um posto na semana passada.

Das 1500 vagas destinada a idosos, funcionários de supermercados e outros trabalhadores essenciais, 900 foram preenchidas na primeira hora de abertura de inscrições por pessoas principalmente da área de entretenimento que trabalham em Hollywood, a cerca de 25 km do local. A responsável pela vacinação avisa que todas as informações estão sendo checadas minunciosamente e, quem não se enquadrar, será recusado.

Situações semelhantes já foram registradas em Los Angeles. De acordo com levantamento realizado pelas autoridades de saúde pública no início do mês, as áreas mais nobres do condado – tais como Brentwood, Culver City, South Pasadena, Arcadia, Santa Monica e Porter Ranch – já contavam com quase 30% de seus moradores vacinados, embora sejam regiões que sofreram muito menos com a pandemia, já que seus residentes podem trabalhar de casa e realizar isolamento social adequadamente.

Enquanto isso, regiões mais pobres – tais como, Bell, Cudahy e South L.A. – nem alcançavam 10% de imunizados, apesar de apresentarem um número muito maior de casos da doença. De fato, moradores latinos do condado de Los Angeles ainda estão morrendo a uma taxa três vezes maior que a de residentes brancos e asiáticos.


Projeto de lei quer brinquedos sem gênero nas lojas

Ideia é que meninos e meninas tenham acesso aos mesmos brinquedos (Foto: cottonbro @ Pexels)

Se depender de um projeto de lei recentemente apresentado à Assembléia Legislativa Estadual da Califórnia, lojas não vão mais poder separar brinquedos em seções de meninos e meninas. O objetivo é que “crianças possam ser simplesmente crianças”.

A iniciativa visa incentivar garotas a se interessarem mais por ciência, engenharia e matemática, fazendo com que os brinquedos que inspiram esses assuntos – como legos e dinossauros – deixem de ficar restritos à seção geralmente destinada a garotos.

Afinal, ao brincarem, crianças estão também treinando suas habilidades psicomotoras, tendo ideias e desenvolvendo a criatividade. Portanto, a tradicional separação de brincadeiras por gênero poderia limitar o potencial das pequenas e pequenos.

A proposta não afeta fabricantes de brinquedos, seria aplicada somente à sinalização das lojas, que não poderiam mais dispor os produtos separados por gênero. Inicialmente, pensou-se em estender essa regra às roupas infantis, mas o texto foi revisado para contemplar somente brinquedos.

Pode parecer polêmico, mas não é nada que grandes lojas de departamentos já não estejam fazendo, tais como a Target, que já deixou de separar brinquedos por gênero há mais de cinco anos. Walmart e Toy R Us fizeram o mesmo.

Se for aprovada, a lei entraria em vigor no início de 2024. Lojas que descumprissem o regulamento, teriam que pagar multa de $1,000 se não corrigissem a sinalização após 30 dias de notificados.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo

Exit mobile version