Presidente pede mais tempo para que sua estratégia para a guerra mostre resultados
Estado de S. Paulo
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, apelou para o clima de patriotismo do Dia da Independência e defendeu a guerra do Iraque, pedindo nesta quarta-feira, 4, paciência e determinação aos americanos.
Em seu discurso do feriado de 4 de Julho, proferido na base da Guarda Aérea Nacional no Estado da Virgínia Ocidental, Bush disse que “todos ansiamos pelo dia” no qual haverá um número menor de soldados dos EUA no Iraque. Porém, ressaltou que será necessário dar mais tempo para que a estratégia adotada no país árabe renda frutos.
“A fim de vencermos essa luta, será preciso haver mais paciência, mais coragem e mais sacrifícios”, afirmou Bush ao lado de uma gigantesca bandeira dos EUA, dentro de um hangar da base. Na platéia, estavam mais de mil integrantes da Guarda Nacional e seus familiares.
Diante dos mais baixos índices de popularidade de sua presidência, o dirigente se encontra sob crescente pressão para mostrar que a recente ampliação do contingente militar americano no Iraque gerou resultados positivos.
Ao mesmo tempo, Bush tenta impedir que membros insatisfeitos do Partido Republicano deixem de apoiar a estratégia oficial.
O sentimento de urgência do governo aumenta à medida que se aproxima o mês de setembro, quando será divulgado um relatório sobre a grande operação de segurança realizada em Bagdá, desde o começo do ano, com a ajuda dos cerca de 28 mil soldados adicionais.
Em meio à persistente onda de violência no Iraque e indícios de que o governo iraquiano não está realizando as reformas políticas consideradas necessárias, o governo Bush tenta esvaziar as expectativas de que a ampliação do contingente militar gerará resultados imediatos.
Os democratas, que atualmente controlam o Congresso, deixaram claro que esperam usar o relatório de setembro como instrumento de pressão para exigir do presidente a fixação de um cronograma sobre a retirada das forças americanas do Iraque, algo que Bush vem se recusando a fazer.
“Uma retirada prematura, feita com base em fatores políticos, não atenderá a nossos interesses nacionais”, afirmou o dirigente. “Não faremos isso.”
Quanto mais a campanha presidencial de 2008 se aproxima, alguns republicanos mostram-se cada vez menos satisfeitos com a guerra no Iraque, guerra que, segundo pesquisas, a maioria dos americanos se opõe.