Comunidade

Brasileiros vão responder por tráfico humano e trabalho forçado em restaurantes em Massachusetts

Se condenados, três familiares proprietários dos restaurantes Taste of Brazil — Tudo Na Brasa e The Dog House Bar and Grill, ambos em Woburn, podem pegar até 20 anos de prisão

Donos do Taste of Brazil — Tudo Na Brasa e The Dog House Bar and Grill, em Woburn, foram indiciados. Foto: TripAdvisor

O Departamento de Justiça de Massachusetts atribuiu, na quarta-feira (4), novas acusações contra três brasileiros, proprietários de dois restaurantes na cidade de Woburn, a cerca de 17 km de Boston. Conforme a denúncia, Jesse James Moraes, seu filho Hugo Giovanni Moraes, e seu irmão Chelbe Willams Moraes, operavam um esquema de tráfico humano a partir de Minas Gerais. O trio aliciava pessoas interessadas em se mudar para os EUA, cobrando até $ 22 mil pela travessia ilegal, com a promessa de que trabalhariam em seus restaurantes.

De acordo com as autoridades, os três familiares vão responder pelo crime de “conspiração para trabalho forçado”. Eles já haviam sido processados por “encorajar e induzir um estrangeiro a vir, entrar e residir nos Estados Unidos com o propósito de vantagem comercial ou ganho financeiro privado”.

As vítimas prestavam serviços nos restaurantes dos acusados, o Taste of Brazil — Tudo Na Brasa e o The Dog House Bar and Grill, ambos em Woburn. Uma das vítimas contou aos investigadores que os funcionários traficados recebiam um salário de $3 por hora sem gorjeta e eram obrigados a trabalhar até 14 horas por dia, sem descanso, executando serviços pesados. Os brasileiros indocumentados eram mantidos em uma residência a poucos metros dos restaurantes.

Jesse e Hugo monitoravam as vítimas e retinham seus salários para saldar as dívidas referentes a entrada ilegal no país, além de fazer constantes ameaças de agressões físicas e de deportação. “Indivíduos que procuram vir para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor para beneficiar a si mesmos e suas famílias foram supostamente aproveitados e enganados. Alegamos que esses réus colocaram em perigo as vítimas que contrabandearam e as obrigaram a trabalhar por meio de ameaças de violência e outros danos graves”, disse a procuradora Rachael Rollins.

As penas para o tráfico de pessoas e trabalho forçado são de até 20 anos de prisão, além de multa de até $ 250 mil, para cada crime.

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