Da Redação – Um grupo de brasileiros promove nesta sexta-feira (10), às 4pm, um manifesto em frente ao Consulado do Brasil em Boston, para contestar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em Massachusetts, os ativistas do movimento “Boston Contra o Golpe”, liderado pela pernambucana Monika Walker, criticam a administração do presidente interino Michel Temer e questionam a legitimidade do processo de afastamento de Dilma. “Resolvi criar o movimento porque senti que muitas pessoas da comunidade brasileira estão desinformadas sobre o que de fato está acontecendo no Brasil. Enfatizo que este é um movimento democrático e não partidário, um movimento que une pessoas com o mesmo intuito”, disse Monika ao AcheiUSA. “Estão usando um instrumento democrático [o impeachment] para dar um golpe contra a democracia”, enfatiza a brasileira que é advogada. “Assim que assumiu como presidente, Temer nomeou sete ministros investigados na Lava Jato. Não dá para falar que esse governo quer combater a corrupção”.
Dos 23 ministros nomeados inicialmente por Temer, três dos mais próximos a ele estavam na condição de investigados ou citados em delações e investigações da Lava Jato: Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima. Nesta terça-feira (7), veio a público o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para prender Jucá — além de outras lideranças do PMDB.
Desse grupo, agora, restam dois: Henrique e Geddel. O número de ministros investigados ou citados pela Lava Jato, no entanto, pode ser ainda maior na medida em que parte das investigações corre em segredo de Justiça.
“O impeachment cria a falsa ideia de que vai resolver os problemas do Brasil, mas sabemos que não é assim. O que vemos são oportunistas que se aproveitam de um momento difícil do país para condenar áreas sociais importantes ao retrocesso”, pontua a ativista.
Movimento
Monika criou o “Boston Contra o Golpe” no Facebook com a intenção de procurar pessoas que pensassem como ela. “Eu não conseguia me identificar com as discussões de brasileiros nas redes e resolvi lançar um grupo no Facebook para procurar pessoas que tivessem ideias parecidas como eu”, conta.
O grupo, que tem menos de duas semanas e já conta com 107 membros. “A ideia é continuar depois que o processo do impeachment. Queremos dialogar para contribuir com o crescimento do Brasil, afinal não deixamos de ser brasileiros por morar fora do país”, conclui Monika. Com informações do Brazilian Times.