Por Jorge Moreira Nunes
O Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, foi palco, durante os dias 17 e 18 de julho, de um encontro histórico. O Ministério das Relações Exteriores, através de sua Subsecretaria para Comunidades Brasileiras no Exterior, junto com a Fundação Alexandre de Gusmão, receberam mais de 170 representantes das diversas comunidades brasileiras espalhadas pelo mundo para um grande encontro, onde discutiu-se a situação da diáspora brasileira pelos continentes e sobre como o Governo Federal e suas representações diplomáticas no Exterior podem participar na busca de soluções para os problemas mais comuns dos brasileiros que residem fora do País, um grupo que já soma quase 3 milhões de pessoas, e que é responsável por cerca de 7 bilhões de dólares anuais em remessas para o Brasil.
A cerimônia de abertura teve a presença do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e de autoridades como o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Joaquim Barbosa, e o senador Cristóvam Buarque, autor de um projeto de emenda constitucional que propõe a criação de uma cadeira no Congresso Nacional para ser ocupada por um representante das comunidades brasileiras no Exterior, eleito pelo voto popular.
Sob a coordenação do Subsecretário-Geral Oto Agripino Maia, as comunidades foram separadas por continente, e cada subgrupo debateu seus problemas, propondo gestões junto ao Governo, através de suas representações consulares, para questões que vão da previdência social para brasileiros residindo fora do País à proposta do senador Buarque, passando por uma das maiores preocupações das comunidades, que é o problema dos brasileiros em situação irregular no Exterior, cada vez mais angustiados pelo endurecimento nas políticas imigratórias nos países para onde emigraram.
Os subgrupos apresentaram, após os debates, uma ata com suas demandas e propostas aos representantes do Governo, que encaminharão o documento a comissões governamentais criadas especificamente para analisar a viabilidade das propostas ou sugerir alternativas.
Entre os que foram ao Rio para a reunião estavam diversos representantes e líderes da comunidade brasileira nos Estados Unidos, entre eles Silar de Almeida, Adriana Sabino, Loren de Oliveira, Beatriz Malnic, Ester Sanchez, Iara Morton, Márcia da Silva, Glória Johnson e Francisco Sampa, entre outros.
Cerca de 300 pessoas circularam pelo fórum de debates, entre diplomatas, representantes das comunidades, acadêmicos, palestrantes convidados e ouvintes, numa confraternização digna da tradição do charmoso Palácio do Itamaraty, que durante décadas foi sede do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
O encontro serviu para delinear medidas que serão adotadas pelo Governo no sentido de prestar assistência aos brasileiros fora do País, mas foi útil também para promover um debate interno entre as comunidades, catalisando as propostas de cada uma das entidades representativas num esboço de projeto unificado de atuação e auto-gestão. O Itamaraty ainda não confirma oficialmente, mas é quase certa a realização de uma segunda rodada de debates no próximo ano.
Para encerrar o encontro, a bateria-mirim da Mangueira deu um show na escadaria do Palácio, fechando com chave de ouro um acontecimento que promete revolucionar a vida dos brasileiros que vivem no Exterior.
Autoridades falam sobre o encontro
Embaixador Oto Agripino Maia – Subsecretário para as Comunidades Brasileiras no Exterior
Embaixador Luiz Augusto de Araújo Castro – Cônsul-Geral do Brasil em Miami
Embaixador João Almino – Cônsul-Geral do Brasil em Chicago
Embaixador Jerônimo Moscardo – Presidente da Fundação Alexandre de Gusmão
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