Os dois clubes brasileiros que jogaram fora se deram mal. Na terça-feira (7), Grêmio foi derrotado pelo Estudiantes de La Plata na Argentina por 2 a 1, enquanto na quarta-feira (8) o Corinthians perdeu para o Colo Colo do Chile por 1 a 0 em partida disputada no Estádio Nacional em Santiago. No confronto entre as equipes brasileiras, melhor para o Cruzeiro. Foi ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo e calou a imensa torcida que lotou o Maracanã ao vencer o atual vice-líder do Brasileirão por 2 a 0, gols de De Arrascaeta e Thiago Neves. Todos os jogos foram válidos pela fase de ida das oitavas de final da Copa Libertadores da América.
Ainda resta o Santos, que começa sua trajetória no dia 21 de agosto contra o Independiente de Avellaneda, e o Palmeiras que jogou na quinta-feira (9) com o Cerro Porteño no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, e infelizmente a coluna foi fechada antes da realização desta partida.
Esse mês de agosto é muito importante para cinco das oito equipes que lideram o Campeonato Brasileiro. Enquanto Flamengo (2º), Grêmio (4º) e Palmeiras, Corinthians e Cruzeiro, respectivamente 6º, 7º e 8º colocados, estão envolvidos em três competições – Brasileirão, Copa do Brasil e Copa Libertadores da América -, outros três clubes podem concentrar-se no título do Brasileirão. São eles: São Paulo (que ainda disputa a Copa Sul-Americana, mas deve ser eliminado no dia 16 de agosto, porque jogará em Santa Fé contra o Colón, por quem foi derrotado por 1 a 0 no Morumbi), que é o líder do certame; Internacional, 3º colocado, e Atlético -MG, 5º colocado.
Traduzindo, enquanto aqueles cinco clubes precisam dividir suas atenções entre três competições, os outros podem treinar somente com um único objetivo: fazer uma boa campanha no Brasileirão e, se possível, conquistar o título. Algo que há tempos não conquistam.
O São Paulo vive um inferno astral depois do tricampeonato de 2006/2007/2008, o Tricolor do Morumbi venceu apenas uma Copa Sul-Americana em 2012 e a Florida Cup em 2017. Muito pouco para uma torcida acostumada a comemorar títulos. Agora, com o uruguaio Diego Aguirre à frente da comissão técnica, a “quarta força” do futebol paulista reagiu e vem mostrando resiliência com um time aguerrido que tem como destaques o meia Nenê, ex-Vasco da Gama, Diego Souza, vindo do Sport Club do Recife, e Everton, que trocou o Flamengo pelo São Paulo.
O Internacional de Porto Alegre conseguiu títulos internacionais importantes, porém, está há quase quatro décadas sem vencer nada. Depois do bicampeonato de 1975/1976, houve a última conquista, em 1979, com a campanha invicta. De lá para cá, nunca mais venceu o Brasileirão. Pior, no ano passado, teve de disputar a Série B e sequer foi campeão. Ficou em segundo lugar. Agora, tem a chance de levar a taça para a galeria de troféus do Beira Rio. Comandado por Odair Helmann, interino que foi efetivado como treinador, o Colorado tem sua força sobretudo no ataque com Leandro Damião, William Potker e os uruguaios Nico Lopez e Jonatan Alvez (recém-contratado). Para reforçar ainda mais seu poder de fogo, o Internacional está levando o peruano Paolo Guerrero, em litígio com o Flamengo.
Por fim, Atlético Mineiro. O Galo das Alterosas. Primeiro campeão nacional desde que o torneio foi batizado como Campeonato Brasileiro, em 1971, o Alvinegro de Belo Horizonte ainda está em busca do segundo título que teima em não ir para sua sede no bairro de Lourdes. Afinal são quase cinco décadas sem gritar É Campeão novamente! Claro que este gigante mineiro comemorou outras conquistas como Copa Libertadores da América em 2013, mas sua torcida quer se livrar do incômodo apelido de “monotítulo”. Dirigido por Thiago Larghi, outro treinador da nova safra, a equipe mineira aposta na velocidade do colombiano Chará, na experiência de Leonardo Silva, Vitor, Elias e Ricardo Oliveira e na juventude de Mateus Galdezani para surpreender na reta final. Resta esperar para ver porque ainda restam 20 rodadas para definir quem será o campeão brasileiro.
♣ Grêmio se salva com gol fora
Melhor defesa do Brasil, temida por atacantes adversários, quase intransponível e ainda com um zagueiro de seleção. Tão elogiado, o sistema defensivo do Grêmio sempre foi uma das maiores qualidades do time de Renato Portaluppi. Nos últimos jogos, no entanto, a equipe acabou vazada no momento mais delicado: os confrontos em mata-mata. Mesmo assim, conta com saldo para lá de positivo no ano. Para se ter uma ideia, o Grêmio é dono da melhor defesa do Brasileirão e foi o time menos vazado na fase de grupos da Libertadores. Na derrota por 2 a 1 diante do Estudiantes, no entanto, acabou superada duas vezes pela primeira vez em um jogo da competição. Com a derrota, o Tricolor terá a obrigação de balançar as redes na Arena, no duelo de volta, para se manter na rota do tetracampeonato. O gol de Kanemann, porém, deu vida ao Imortal, porque uma vitória simples de 1 a 0 será suficiente para classificar o Tricolor dos Pampas. Para o time argentino, basta um empate para se classificar à próxima fase.
♣ Cássio mantém Timão com chances
O técnico Osmar Loss ficou satisfeito com atuação do Corinthians na derrota por 1 a 0 para o Colo-Colo, na quarta-feira, em Santiago, pelas oitavas de final da Taça Libertadores. O treinador admitiu a irregularidade da equipe no primeiro tempo, mas acredita que ela se comportou bem com um jogador a menos na etapa final, após a expulsão de Gabriel. Ele também elogiou a atuação do goleiro Cássio, o principal responsável para o Corinthians não ter tomado mais gols no Chile. Vale a pena destacar a boa atuação do ex-palmeirense Jorge Valdivia, que comandou o meio campo do time chileno e participou ativamente no gol da vitória anotado pelo meiocampista Carmona, após rebote do goleiro Cássio. O Corinthians receberá o Colo Colo no jogo de volta marcado para o dia 29 de agosto, no Itaquerão, em São Paulo. Precisa vencer com dois gols de diferença para passar às quartas de final. Empate em 1 a 0 leva a decisão para os pênaltis. No entanto, se o Colo Colo anotar um gol no Itaquerão, Timão terá de vencer por mais de dois gols.
♣ Cruzeiro sai na frente na decisão com Fla
O grande passo dado pelo Cruzeiro nas oitavas de final da Libertadores não foi produto de um ou outro jogador. Foi um salto coletivo, de todos. Da segurança de Fábio, passando pela postura consciente dos defensores, ao brilho dos homens de frente, sem se esquecer, claro, da estratégia de Mano Menezes, cada um cumpriu seu papel. A Raposa se impôs frente ao Flamengo e leva para o Mineirão, no duelo do dia 29, uma vantagem de 2 a 0 sobre os cariocas. A qualidade do elenco ganhou um combustível a mais graças ao planejamento de Mano, que poupou os titulares na rodada passada do Brasileiro. Não era garantido o retorno em campo, contra o Flamengo. Mas, segundo Mano, era o mais correto a fazer. A convicção do treinador tem de prevalecer na estratégia de jogo. Agora, o clube celeste pode até perder por um gol de diferença em Belo Horizonte que passará para as quartas de final da competição.
♣ Furacão se dá bem na Sula
A mística do futebol uruguaio, da força em casa mesmo em momentos complicados, foi sendo destruída aos poucos na goleada de 4 a 1 do Atlético-PR sobre o Peñarol no estádio Campéon del Siglo, em Montevidéu, pelo jogo de volta da segunda fase da Copa Sul-Americana na terça-feira (7). Léo Pereira abriu o placar logo no início da partida, Marcinho ampliou, Nikão confirmou o passeio e Bruno Guimarães deu o golpe final já nos descontos. Cristian “Cebolla” Rodriguez ainda descontou para o Peñarol, mas nada que mudasse o panorama do jogo. Precisando reverter o resultado de 2 a 0 na Baixada, o Peñarol iniciou o jogo pressionando, na correria e tentando finalizações de qualquer jeito, mas o Atlético-PR mostrava uma defesa tranquila e mudou o clima da partida logo aos seis minutos de jogo. Após cobrança de falta, Léo Pereira deu um toque na bola e mandou para as redes. O restante de jogo foi de tentativas do Peñarol, porém, a defesa bem colocada evitou o pior. Agora, o Furacão enfrentará o Caracas da Venezuela pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.
♣ Bahia também se classifica para oitavas da competição
O Bahia carimbou a vaga para as oitavas de final da Sul-Americana ao empatar com o Cerro-URU por 1 a 1, na noite de quarta-feira (8), em Montevidéu – na partida de ida, triunfo por 2 a 0 em Pituaçu. Com o resultado encaminhado desde que Zé Rafael abriu o placar, ainda no primeiro tempo, o Tricolor não fez esforço e cadenciou o jogo. Nem o gol de Paiva, na etapa final, foi capaz de assustar o time baiano. O Bahia agora espera pelo vencedor do confronto entre Botafogo e Nacional-PAR, jogo que será disputado no dia 16 de agosto, no Engenhão. A equipe paraguaia venceu o jogo de ida por 2 a 1. Pela Série A, o Tricolor entra em campo no sábado (11) para enfrentar o América-MG, na Fonte Nova. Vasco da Gama decidiu seu destino na quinta-feira (9) no Rio de Janeiro contra LDU de Quito. No jogo de ida, no Equador, a equipe equatoriana venceu por 3 a 1.
♣ Ceará joga melhor mas só empata
Cuca admitiu que o Santos não merecia empatar com o Ceará na quarta-feira (8), em Fortaleza, em duelo antecipado da 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. O técnico reconheceu a superioridade dos mandantes na partida, que terminou 1 a 1, e demonstrou a insatisfação com o desempenho de sua equipe. Após sair atrás no placar, o Peixe achou um gol com Jean Mota no fim do confronto. “Foi um placar injusto na minha maneira de ver. Vocês sabem como é futebol, tem que converter chances, principalmente contra equipes grandes. E foi assim com o Ceará. Ceará foi muito melhor no primeiro tempo, depois um pouco melhor. Ceará foi melhor no geral e merecia vencer, mas conseguimos empatar”, admitiu Cuca. O resultado serviu para tirar o Santos momentaneamente do Z 4. Agora, está em 15º lugar, com 18 pontos – mesmo número de pontos de Bahia e Chapecoense, mas com saldo melhor.
♣ Ricciardo troca Red Bull por Renault
Talvez tenha sido a notícia mais inesperada dos últimos tempos na Fórmula 1. Na semana passada, surgiu a bombástica notícia de que Daniel Ricciardo não seria mais piloto da Red Bull Racing em 2019. E menos de uma hora depois, a Renault confirmou a contratação do australiano para a vaga do espanhol Carlos Sainz Jr. nas próximas duas temporadas. Ele será companheiro do alemão Nico Hulkenberg, que está na equipe desde 2017. Um movimento surpresa que vai movimentar o mercado de pilotos. A lua de mel com Red Bull Racing acabou, no entanto, em 2016. A chegada do queridinho e – até agora – supervalorizado Max Verstappen mudou a relação da equipe com o australiano. O holandês é a grande aposta de Helmut Marko, consultor do programa de pilotos da Red Bull. E Ricciardo viu isso logo na primeira corrida: o GP da Espanha de 2016, quando Lewis Hamilton e Nico Rosberg bateram logo na primeira volta. Na ocasião, Red Bull Racing sacrificou a estratégia do australiano para dar a melhor tática a Verstappen; com isso, o holandês venceu seu primeiro GP, logo na estreia pela equipe austríaca. Era o começo do fim do relacionamento. Mesmo entregando mais resultados que o holandês, Ricciardo continuava a ser preterido pela equipe. Teve de engolir o contrato do companheiro ser renovado a peso de ouro, no mesmo patamar financeiro de Lewis Hamilton na Mercedes e Sebastian Vettel na Ferrari. Enquanto isso, continuava a amargar um salário baixo para os padrões da F1, e ainda engolia vários sapos na Red Bull Racing, com a preferência a Max Verstappen. Para piorar, as vagas de Mercedes e Ferrari se fecharam. Hamilton e Valtteri Bottas renovaram, enquanto Vettel vetou o australiano – a segunda vaga deve ficar entre o veterano Kimi Raikkonen e o novato Charles Leclerc. A dança das cadeiras terá novo capítulo nas próximas semanas, durante as férias de verão das equipes da Fórmula 1.