Uma matéria intitulada “Não é justo, Florida envia sinais trocados para estrangeiros tomarem vacina COVID“, publicada no jornal Miami Herald, denunciou planos de brasileiros que vivem na Flórida para trazer familiares do Brasil para tomar a vacina contra a covid-19 nos EUA.
Apesar de a entrada de turistas do Brasil ainda estar suspensa, o jornal entrevistou alguns brasileiros – e pessoas de outras nacionalidades, como argentinos e dominicanos – que disseram estar “contando os dias” para garantir a imunização de parentes fora dos EUA.
Patricia Medici, dona de uma seguradora em Miami, foi uma das brasileiras ouvidas pela reportagem do jornal que pretende trazer seus pais idosos. “Não temos ideia de quando as vacinas estarão disponíveis no Brasil. Nem seringas suficientes eles têm”, disse Medici.
O surto de covid-19 no Brasil é o segundo mais letal do mundo, depois dos EUA.
Segundo o Miami Herald, a possibilidade de estrangeiros receberem a vacinas na Flórida tem causado indignação entre os moradores do estado.
“A questão é que eu, como residente nos EUA, estou insatisfeita com o fato de que, com meus impostos, estou pagando pela vacina de estrangeiros”, disse Cecilia Maier, cidadã americana que vive em Orlando.
Devido ao número limitado de vacinas, ela acredita que os turistas podem levar as doses necessárias de residentes locais e torce para que os aeroportos continuem fechados para a entrada desses visitantes.
“Esta é uma questão perigosa devido ao atraso nos programas [de vacinação] na América Latina e em outros lugares”, disse Maier. “Isso certamente vai estimular o chamado turismo de saúde e agora, nesta fase, parece arriscado abrir essa porta”, completou.
Os hospitais que até o momento estão fornecendo a vacina não exigem qualquer prova de residência para os pacientes que marcam para receber as doses.
Carlos Migoya, presidente e CEO do Jackson Health System, disse ao Miami Herald que o foco do hospital é prevenir a propagação da doença, vacinando o maior número de pessoas possível, da forma mais eficiente possível. Portanto, “se você é um cidadão de outro país ou deste país” não é relevante quando se trata de esforços de vacinação, observou ele.