O brasileiro Marcus Spavenelo, preso em abril deste ano por suspeita de ter assassinado a esposa Carlie Cassie, teve mais uma acusação adicionada ao seu processo: abuso de cadáver. O crime foi incluído pelo promotor Lyle Harmon, do estado do Alabama – onde o corpo da americana, que tinha um filho com o brasileiro, foi encontrado. O criminoso foi preso no Tennessee, mas levado para a Flórida, onde morava com a família. Segundo o promotor, por esta razão, a acusação de abuso de cadáver ainda estava “pendente”.
O julgamento de Spavenelo estava marcado para semana passada no tribunal do condado de Santa Rosa (FL) pelos crimes de adulteração de provas (crime) e obstrução de uma investigação criminal (contravenção). Mas essas acusações foram retiradas em antecipação à acusação de abuso de cadáver, considerada mais grave. Ele também foi extraditado para o Alabama, estado onde agora será julgado.
As autoridades não especificaram qual o tipo de abuso o homem teria cometido contra o corpo de Cassie. Mas a legislação do Alabama considera crime usar um cadáver humano de qualquer maneira que “agrida as sensibilidade” da família da pessoa morta. A pena pode chegar a 10 anos de prisão.
Até hoje, o resultado da autópsia com a causa da morte ainda não foi concluído. De acordo com as autoridades, o acusado nunca cooperou com a polícia e destruiu o celular da vítima. Dias após sua prisão, o xerife Bob Johnson, da Flórida, defendeu durante uma coletiva de imprensa que o brasileiro seja condenado à pena de morte. “Eu acho que ou (Spanevelo) vai passar o resto de sua vida na prisão ou vai tomar a agulha. Com sorte, será a agulha”, disse Johnson, fazendo referência à injeção letal.
A investigação sobre a morte de Cassie Carli está em andamento e envolve três estado, Flórida, Alabama e Tennessee.
Poucos dias antes do desaparecimento de Cassie, o brasileiro havia sido condenado a restituir a ex- mulher em quase seis mil dólares em honorários advocatícios resultantes de uma batalha judicial que eles travavam sobre a custódia da filha. Também veio à tona que a vítima havia relatado aos familiares que o marido era agressivo e que, recentemente, havia adquirido uma arma. A filha do casal foi entregue à mãe de Cassie.