Um brasileiro de 25 anos teve a entrada barrada no JFK Airport, em New York, na terça-feira (9) e foi mandado de volta para o Brasil. O que difere o caso de L.S. dos demais é que ele chegou a ser admitido no País, teve o passaporte carimbado com estadia para um mês, mas ao passar com as malas pelo U.S. Customs and Border Protection, foi mandado para a salinha, interrogado e mandado de volta para São Paulo horas depois.
O amigo de L.S., que não quis se identificar, relatou a história ao AcheiUSA e disse que os agentes procuraram por ele na sala de espera do aeroporto, fizeram diversas perguntas e também questionaram seu status imigratório. O amigo vive em Lowell, Massachusetts, e tem documentos para viver legalmente no País.
“No dia 9 de outubro fui ao aeroporto buscar um amigo que tinha chegado de São Paulo, passou pela Imigração sem problemas e foi barrado na alfândega. Eles o barraram alegando que estava vindo para ficar, o que não é verdade. Ele tinha reserva de hotel pra 10 dias, dinheiro e cartão de crédito e uma mala de mão pequena apenas para ficar os 15 dias conforme a passagem”, explicou.
O amigo disse que L.S. já tinha vindo para os EUA em 2016, ficou 60 dias e voltou ao Brasil. “Não entendi porque agora depois de dois anos ele teve problema para entrar”.
L.S. teve a mala revistada, segundo o amigo, ele trazia poucas coisas e tinha alguns remédios de encomenda, mas remédios para febre e gripe. “Eles abriram a mala e falaram que ele teria vindo para trabalhar. Eles chegaram a me perguntar se ele já havia trabalhado na construção, o que não é verdade”. Depois, foi levado para a salinha, teve o telefone revirado e foi impedido de entrar no País, tendo o visto cancelado.
O amigo de L.S. enfatizou que ele não tinha intenção de ficar e que os agentes “muito agressivos” queriam encontrar um jeito para mandá-lo de volta para o Brasil. “Não faz nenhum sentido”.
De acordo com a advogada Renata Castro, não é comum imigrantes serem barrados depois de passarem pela imigração, mas é completamente possível. “Não sei sobre esse caso específico, mas já vi pessoas serem interrogadas e mandadas de volta por carregarem na mala algo que dê a entender que vá trabalhar, como por exemplo, ferramentas, objetos de salão de beleza, entre outros”.
Caso recente
Recentemente, dois brasileiros relataram ao AcheiUSA terem passado por problemas parecidos. Mariana estava indo para o Havaí passar três meses e foi impedida de entrar. Outro brasileiro, fazia escala em NY vindo de Paris e também foi mandado de volta.
De acordo com o advogado especializado em imigração, Ludo Gardini, no caso de Mariana, muito provavelmente eles pensaram que ela iria trabalhar, por estar portando apenas $1 mil para ficar no Havaí por três meses e também por ter dito que ajudaria a cuidar de seis crianças. “Neste caso, ela teria que portar um outro tipo de visto, que não é o de turismo. Visto de turismo é para fazer turismo, não pode trabalhar, nem estudar”, enfatiza o advogado.
Gardini afirma que ela teve o pedido de admissão no País retirado e neste caso ela pode tentar solicitar um novo visto seis meses depois do ocorrido. Caso ela tivesse sido deportada sumariamente, ela só poderia tentar outro visto depois de cinco anos.