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Brasileiro condenado à prisão perpétua nos EUA tem julgamento marcado por homicídio no Tocantins

Danilo Cavalcante, caçado nos EUA após de fugir de prisão na Pennsylvania, responde por homicídio no Tocantins

A Justiça do Brasil marcou para o próximo dia 29 de fevereiro a primeira audiência de julgamento do réu Danilo Cavalcante, acusado de assassinar o jovem Valter Júnior Moreira dos Reis em 2017, no Tocantins. A sessão deveria ter sido realizada em outubro do ano passado, mas acabou adiada. Em outubro de 2023, Danilo foi alvo de uma verdadeira caçada após fugir de uma prisão na Pennsylvania. Ele cumpre prisão perpétua no país pela morte da ex-namorada, Débora Evangelista Brandão, brasileira de 38 anos, em 2021.

A audiência no Brasil foi definida após as autoridades americanas liberarem Danilo para participar do julgamento por meio de videoconferência. Danilo é acusado de matar Valter Júnior, de 20 anos, no dia 5 de novembro de 2017, em Fiqueirópolis, região sul do Tocantins. A vítima era amigo de Danilo e foi morta a tiros em uma lanchonete, por causa de uma dívida do conserto de um carro. A primeira audiência do caso tinha sido marcada para setembro de 2023, seis anos após o crime, mas acabou sendo adiada após um pedido da Defensoria Pública para aguardar a data da videoconferência. Ele responde por homicídio duplamente qualificado.

O crime no Tocantins voltou à tona após Danilo fugir de uma prisão na Pennsylvania e passar por uma caçada impressionante que durou 14 dias. Ele foi encontrado no dia 13 de setembro e enviado para uma prisão de segurança máxima.

Fuga do Brasil

Uma semana depois da morte de Valter em Figueirópolis, em 2017, a Justiça acatou um pedido de prisão feito pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Danilo se tornou foragido no Brasil. Em janeiro de 2018, ele conseguiu embarcar para os Estados Unidos pelo aeroporto de Brasília (DF). Isso aconteceu porque o mandado ainda não havia sido registrado no banco nacional de mandados, com a informação sobre o crime disponível somente para as autoridades locais.

A Justiça do Tocantins só tomou conhecimento da prisão de Danilo nos Estados Unidos após uma notificação feita pela Polícia Federal, após informações recebidas da Polícia Internacional (Interpol). Em 4 de novembro de 2022, as autoridades brasileiras solicitaram uma videoconferência com o réu, que já estava preso nos EUA.

Condenação nos EUA

Danilo é natural do Maranhão e mudou para o Tocantins para trabalhar como lavrador. Débora Brandão, ex-companheira assassinada por ele, é do mesmo estado. Ela vivia regularmente no estado da Pennsylvania, onde eles se conheceram. Ele estava ilegal nos EUA.

Débora foi esfaqueada 38 vezes por Danilo na frente dos dois filhos no dia 18 de abril de 2021. Segundo as investigações, ele não aceitava o fim do relacionamento e desde 2020, ameaçava a vítima. Danilo foi preso quando estava no estado da Virginia, uma hora depois de matar Débora. A condenação aconteceu uma semana antes da fuga da prisão no Condado de Chester, em West Chester.

A família de Valter chegou a comemorar a prisão de Danilo nos EUA. “Graças a Deus. E não vai sair mais. Esperamos que ele pague pelo que ele fez e que ele fique até cumprir a pena dele e que a segurança da penitenciária que ele conseguiu fugir fique mais forte, de olho para que ele não consiga fugir mais”, comentou Daiane Moreira dos Reis, irmã de Valter Júnior, ao G1.

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