O brasileiro Frederik Barbieri, de 46 anos, preso na última sexta-feira (23) por agentes do Homeland Security na cidade de Fort Pierce (FL), poderá responder ao processo em liberdade. Frederik é apontado pela polícia brasileira como maior traficante de armas do país e responde, no Brasil, a duas ações por tráfico internacional de armas na Bahia e no Rio de Janeiro.
Na manhã desta quinta (1°), o juiz Patrick A. White, da Corte Federal em Miami, estipulou uma fiança de $1,5 milhão. Deste valor, no entanto, Frederik terá de pagar $225 mil e dar a garantia do restante do valor.
No Brasil, Frederik responde a duas ações por tráfico internacional de armas, nas varas federais da Bahia e do Rio de Janeiro. O traficante brasileiro não será extraditado por ser cidadão americano. Para conseguir sair, ele terá de cumprir alguns pré-requisitos, como comprovar a origem lícita do dinheiro da fiança, não se ausentar do estado da Flórida, usar tornozeleira eletrônica e não possuir armas dentro de casa.
Em 1° de junho do ano passado, a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) do Rio de Janeiro aprendeu, no aeroporto do Galeão, 60 fuzis dentro de aquecedores de piscina que haviam sido enviados por Frederik dentro de um avião vindo de Miami. Na semana passada, a polícia americana encontrou outros 52 fuzis embalados da mesma maneira num depósito de Frederik, na cidade de Vero Beach.
Entenda o caso
Conhecido como o ‘Senhor das Armas’, Barbieri era procurado há mais de oito anos e teria fugido para os EUA em 2012.
O Ministério da Justiça pediu a extradição dele para o Brasil, mas, de acordo com o governo, houve um pedido de documentação complementar traduzida para o inglês. Frederik Barbieri é investigado em procedimentos criminais instaurados no Brasil e nos EUA. Além da prisão, a polícia americana conseguiu impedir o envio de 40 fuzis para o Brasil.
Em 2015, um mandado de prisão preventiva foi emitido contra ele, que passou a ser considerado foragido da Justiça brasileira. O Ministério Público também pediu a inclusão dele na lista de procurados da Interpol, mas o pedido foi negado pela Justiça. Em sua justificativa para negar o pedido do MP, o juiz Antônio Osvaldo Scarpa alegou que Frederik tinha endereço conhecido nos Estados Unidos.
De acordo com as investigações, parte desses fuzis seria entregue a traficantes da Favela da Rocinha, que desde setembro está em guerra. A polícia acredita que favelas de São Gonçalo também seriam abastecidas com aquele arsenal. (Com informações do G1).