Da Redação com G1 – O brasileiro Rafael Miranda Caram, de 32 anos, foragido da Justiça do Rio de Janeiro por suspeita de estelionato e associação criminosa, foi preso nos Estados Unidos na última quinta-feira (14) por crime de bigamia. A informação foi confirmada ao G1 pelo delegado Aloysio Falcão, da Delegacia de Roubos e Furtos de Autos (DRFA), nesta terça-feira (19). Ele está preso em Houston (TX).
Caram foi preso porque se casou nos Estados Unidos e ainda não tinha se divorciado oficialmente no Brasil. Para conseguir um visto nos EUA, ele se casou com uma cidadã americana que, com medo de se prejudicar e ser presa, pediu a anulação do casamento. Foi a polícia brasileira quem descobriu que Caram estava praticando o crime de bigamia.
Com a anulação do casamento, o processo imigratório de Rafael foi cancelado. “A mulher dele nos EUA ficou com medo, cancelou o casamento, ele perdeu o visto e foi preso”, contou Falcão.
A troca de informações entre a Polícia Civil do Rio de Janeiro e as autoridades americanas através da polícia do Consulado Americano no Rio foi fundamental para o desfecho do caso.
Relembre o caso
Rafael Caram é acusado por pelo menos 50 amigos de ter fugido para Orlando (FL) com pelo menos R$ 20 milhões num esquema de pirâmide financeira. Segundo as vítimas, o suspeito que morava na Barra da Tijuca, Rafael recrutava pessoas para aplicar dinheiro num fundo de investimento que daria lucro de 16% do valor investido a cada 40 dias. Ou seja, um retorno 20 vezes maior que a caderneta de poupança, por exemplo. O valor mínimo a ser investido seria sempre de R$ 50 mil. Com o tempo, no entanto, começaram a perceber os indícios de que estavam investindo em uma pirâmide.
A maioria das vítimas fez registro de ocorrência.. A suspeita é de que pessoas de fora do Rio de Janeiro também tenham caído no golpe. As vítimas alegam que ele era uma pessoa simpática e sedutora que conseguia convencer qualquer um a investir em seu projeto.
Responsável pelo caso, o delegado da especializada, Aloysio Falcão, comparou Rafael a Marcelo Nascimento da Rocha, que ganhou fama de “maior golpista do Brasil” em 2001 e a história virou até filme. De acordo com o delegado, por ser réu primário, caso seja condenado Rafael pegaria pena de dois a três anos por cada crime.