Vai começar o mais equilibrado – e, exatamente por isso, o melhor – dos campeonatos nacionais de futebol do mundo. O pontapé inicial do Brasileirão 2025 será neste fim de semana (29 e 30 de março) com a promessa de grandes jogos e uma disputa intensa pelo título do início ao fim. É claro que Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras, nessa ordem, são os favoritos (como aliás vem acontecendo há alguns anos), porém é impossível descartar equipes como Internacional, São Paulo e Botafogo, que têm time para chegar na última rodada, em 21 de dezembro, no topo da tabela. E numa terceira prateleira, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense e Bahia correm por fora, mas podem surpreender. Não vai faltar emoção!
O futebol é imponderável e, num ano com o Mundial de Clubes da Fifa no meio da temporada e a disputa simultânea de várias competições para a maioria dos clubes da Série A, o Campeonato Brasileiro terá uma dinâmica ainda mais surpreendente. Não é mistério que a regularidade e um elenco equilibrado têm sido a senha para o sucesso destes tipos de torneios longos… e não será diferente agora. No entanto, as variáveis são muitas: além das já citadas, os contantes erros de arbitragem, a ordem dos jogos na tabela, as condições dos gramados e a logística para enfrentar os deslocamentos num país de dimensões continentais como o Brasil podem representar um handicap para uma equipe ou outra.
Por essa e outras, o Brasileirão teve quatro campeões diferentes levantando a taça nos últimos cinco anos – Flamengo (2020), Galo (2021), Palmeiras (2022 e 2023) e Botafogo (2024). A Bundesliga (Alemanha) apresenta a maior média de público; a Premier League (Inglaterra) é a mais poderosa financeiramente; a La Liga (Espanha) tem as principais estrelas do esporte, mas em nenhuma outra liga do planeta há tanto equilíbrio como no Brasil. E essa competitividade é o que tem atraído atletas do mundo inteiro para jogar no nosso futebol. Este ano serão pelo menos 135 jogadores estrangeiros, de 18 países diferentes, a vestir as camisas dos clubes da Primeira Divisão (o estreante Mirassol é o único que não tem gringo no plantel).
E a rodada de abertura já mostra o que teremos pela frente ao longo do ano: clássicos, como Flamengo x Internacional no sábado e Palmeiras x Botafogo no domingo. Mas a maior atração do torneio não estará em campo neste fim de semana, já que Neymar, recontratado pelo Santos após 12 anos e com esperanças de retomar os melhores dias de sua carreira, ainda sofre com dores na coxa e será poupado. Mas o público poderá assistir à categoria de Memphis Depay, Oscar, Hulk, Lucas Moura, Vitor Roque, John Arias, Estevão e Arrascaeta. É ou não é o melhor campeonato do mundo?
Fim de linha para Dorival?

Prezado leitor: no momento em que você estiver lendo estas linhas, Dorival Júnior poderá não ser mais o técnico da Seleção Brasileira. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, marcou uma reunião com o treinador para a sexta-feira, 27 de março, provavelmente para colocar um ponto final na trajetória da atual comissão técnica, que teve como seu momento mais simbólico a derrota sofrida para os argentinos, com direito a olé dos hermanos. Uma humilhação para os pentacampeões.
No geral, Dorival até que não teve um retrospecto tão ruim: foram 16 jogos, com sete vitórias, sete empates e duas derrotas, o que representa um aproveitamento de 58%. Mas algumas marcas nesse pouco mais de um ano são difíceis de engolir, como as campanhas pífias na Copa América e nas Eliminatórias, quando tivemos a primeira derrota em casa (Argentina 1×0) e a primeira derrota para a Colômbia na história da competição. E isso tendo no elenco nomes como Vinícius Jr., Raphinha, Rodrygo e outros craques que brilham nos gramados da Europa ou do Brasil.
O Brasil, nestes 400 dias da Era Dorival, jamais foi um time de futebol. Parecia mais um monte de jogadores que recebiam a camisa amarela, mas não sabiam exatamente o que fazer em campo, sem jogadas ensaiadas, sem filosofia de jogo, sem alternativas às estratégias dos adversários. Um bando. Está muito claro que o “melhor futebol do mundo”, como sempre foi reconhecida a Seleção, não resiste a um mínimo de organização e aplicação tática do outro lado do campo.
Alguns dizem que Dorival “perdeu o vestiário”. De fato, ele já não tinha o apoio incondicional dos jogadores há algum tempo. Quem não se lembra da cena constrangedora na disputa de pênaltis contra o Uruguai na Copa América, quando o técnico ficou de fora da roda dos atletas e chegou a levantar o dedo para pedir a palavra? Mas colocar todo o fracasso na conta de Dorival é injusto, pois os nossos “craques” estiveram muito aquém de seu potencial e pareciam mais interessados em assuntos extracampo – como o penteado, as chuteiras coloridas e as aparições na mídia.
Faltam pouco mais de 14 meses para a abertura da Copa do Mundo. E, é claro, o Brasil estará entre as 48 seleções participantes. Mas quando voltamos a debater quem seria o melhor nome para comandar a Amarelinha a esta altura do campeonato, sabe-se que dificilmente conseguiremos colocar um fim ao incômodo jejum de 24 anos sem ganhar um Mundial.
COLABORAÇÃO / No Ângulo do Gol / Leonardo Macedo @noangulodogol
Apesar da eliminação no Miami Open, saldo é positivo para João Fonseca

Não deu para o nosso João Fonseca contra o ágil Alex de Minaur. A partida da última segunda-feira (24 de março) foi uma das melhores da atual edição do Masters de Miami, e prevaleceram no set derradeiro a favor do australiano a sua maior experiência no circuito junto a questões físicas para que pudesse consolidar a virada sobre a revelação de 18 anos diante de uma barulhenta (e com uma parte dela em vezes bem desrespeitosa) torcida brasileira.
Mesmo com a derrota, a sensação é de que Fonseca está num caminho mais que certo. Tão jovem, o carioca conquistou o seu primeiro título em nível ATP em Buenos Aires diante de Francisco Cerúndolo, atualmente o grande nome do tênis argentino, e vem acumulando vitórias em 2025 diante de diversos jogadores do top 30, como Andrey Rublev e Ugo Humbert, além de Fran, e vendendo caríssimo um resultado na terceira rodada do Miami Open para um jogador que esteve no ATP Finals em Turim. Todos esses fatos e acontecimentos trazem um olhar mundial para João, que disputou as suas três partidas no Hard Rock Stadium.
João agora partirá para um descanso de 3 semanas antes do seu retorno no Masters 1000 de Madrid, já que entrou em ação na temporada antes do Natal, no ATP Finals Next Gen, em Jeddah. Com mais de 30 partidas disputadas desde dezembro e ainda um corpo em desenvolvimento, isso também será fundamental para focar no tratamento de um incômodo na coxa que ele tem desde o título no Arizona Tennis Classic, em Phoenix.
Em meio a tudo isso, o Miami Open vai afunilando rumo às suas fases decisivas. Sem o atual campeão Jannik Sinner, suspenso, porém repleto de surpresas como por exemplo as eliminações precoces de Carlos Alcaraz, Daniil Medvedev e Alexander Zverev, o Masters da Flórida tem a sua final marcada para domingo, 30 de março.
Salvando match point, o búlgaro Grigor Dimitrov, finalista em 2024, já está garantido na semifinal após uma virada incrível e dramática sobre Fran Cerúndolo. Após um primeiro ponto espetacular do tiebreak decisivo, quiçá o melhor ou top 3 do torneio, Grigor não se sentiu bem ao final da partida, então que tudo dê certo e ele consiga entrar em quadra firme e saudável no próximo compromisso.
No momento em que escrevo a coluna, não sabemos os outros 3 semifinalistas, mas Novak Djokovic é o grande favorito para eliminar Korda e duelar com Dimitrov. O sérvio vem faminto em busca de seu centésimo título da carreira e teve a sua melhor atuação da temporada diante de Lorenzo Musetti. A decepção fica por conta de Alexander Zverev, que não está conseguindo aproveitar a suspensão de Sinner para enfim tornar-se líder do ranking. O alemão sofreu a virada de Arthur Fils mesmo estando uma quebra acima no terceiro set. O jovem francês, conhecido por suas marretadas, elevou o nível, praticamente não errou mais a partir da quebra sofrida e conquistou uma merecida vitória.