A brasileira Alexsandra Vilaça, natural de Cuparaque (MG), está vivendo dias de angústia desde do dia 22 de novembro quando ela e as duas filhas, Larissa, de 18 anos, e Laiza, de 12, foram presas por agentes da imigração na fronteira de Tijuana, no México com os EUA. Alexsandra e a filha mais nova, que nasceu nos Estados Unidos, foram liberadas alguns dias depois, mas Larissa é brasileira e está presa desde então no New Mexico. Alexsandra está vivendo em Massachusetts, usa uma tornozeleira com GPS e não pode trabalhar.
Na terça-feira (25), um juiz do Texas definiu o valor da fiança para a jovem ser liberada: $15 mil, que devem ser pagos até a sexta-feira (28). “Estou desesperada, pois com a ajuda de todo mundo e da rifa que estou vendendo, consegui arrecadar $3,2 mil. Estou em contato com parentes no Brasil, mas preciso da ajuda da comunidade, quem puder, qualquer quantia é bem-vinda”, disse a mineira ao AcheiUSA.
Segundo Alexsandra, Larissa sofre com asma e tem problema nos rins. “Minha filha está presa há cinco meses, passando por grandes privações. Ela tem 18 anos, mas ainda é uma criança. Não posso visita-la porque é muito longe, quero que ela seja liberada o quanto antes”, completou a mãe.
Caso a fiança não seja paga até sexta-feira, a jovem vai receber uma ordem de deportação e será removida dos EUA nos próximos dias. Sensibilizado com a situação da brasileira, um advogado de Massachusetts resolveu assumir o caso sem cobrar pelo serviço.
Amigos criaram uma página para ajudar a arrecadar o dinheiro da fiança. Quem puder ajudar, basta acessar o endereço: https://www.gofundme.com/7hjftu-larissa
Travessia pelo México
Alexsandra veio pela primeira vez para os Estados Unidos em 2000 pela fronteira do México. Na época, ela deixou a filha Larissa ainda pequena com a família. Ela era casada com um homem da mesma cidade e residiam em Martha’s Vineyard (MA) onde tiveram uma filha, Laiza. Em 2007, o marido de Alexsandra foi deportado e ela se viu forçada a voltar para o Brasil, já que não teria como sustentar a criança sozinha.
Com muitas dívidas no Brasil, Alexsandra resolveu voltar a viver nos EUA. “O sonho da Larissa era conhecer os Estados Unidos. Então, resolvi vir com elas. Tentei o visto três vezes, mas foi negado. Daí contratei um coiote para atravessar conosco a fronteira”, disse.
Elas viajaram até Tijuana, atravessaram a fronteira uma parte de carro e outra a pé. Quando estavam andando há menos de dez minutos, foram pegas por agentes da Customs and Border Protection (CBP).
Perigos da travessia
O CBP promoveu uma entrevista coletiva para reforçar a campanha para coibir as pessoas de tentarem a perigosa travessia pela fronteira. Na quinta-feira (20), um homem de El Salvador foi resgatado inconsciente por agentes com múltiplas picadas de cobra pelo corpo na fronteira. Ele foi levado de helicóptero para o hospital onde se recupera. Horas depois, outro homem foi resgatado do Rio Grande – rio que atravessa a fronteira dos EUA com o México – onde estava se afogando.
De acordo com o CBP, em 2016, o United States Border Patrol (USBP) resgatou cerca de quatro mil indivíduos em perigo tentando atravessar a fronteira. Muitos desses morreram. “Essa travessia coloca em risco a vida do imigrante e do agente que faz de tudo para reduzir esses riscos”, disse o agente Ronald D. Vitiello.
O Border Safety Initiative (BSI) tem o objetivo de educar a população sobre os múltiplos e reais riscos da travessia. O programa foi criado com objetivo de minimizar as mortes de imigrantes na fronteira e foi implementado em 1998.