Capixaba estava em um bote com mais 20 pessoas quando o naufrágio aconteceu
A imprensa caribenha publicou que a guarda costeira da ilha, em conjunto com a polícia de outras localidades, estava trabalhando na procura de mais corpos e/ou possíveis sobreviventes. Ao todo, doze pessoas estariam em hospitais da ilha Saint Marteen. Autoridades caribenhas também se negaram a dar informações sobre o capitão do barco, que seria um haitiano, e os possíveis “tubarões”, os responsáveis por levar pessoas ilegalmente para os EUA.
Membros da equipe de resgate disseram à imprensa local que os sobreviventes não estavam usando coletes salva-vidas e a maioria estava vestida com roupas de praia. O barco tinha aproximadamente oito metros e afundou entre Saint Marteen e a ilha Anguilla. De início, as autoridades da segunda ilha negaram conhecer o caso e somente na noite de segunda-feira se prontificaram a enviar barcos de resgate.
A filha de Silvinha, Daiane Gonçalves, confirmou que os pais tentavam imigrar ilegalmente para os Estados Unidos. “Eles foram para o Canadá e de lá para Saint Marteen para entrar nos Estados Unidos. Quando viram que era só um barco pequeno não queriam ir, mas os homens roubaram o dinheiro deles e ameaçaram matá-los, então eles foram. Só que o mar estava muito forte, era noite, e virou”, contou Daiane aos jornais brasileiros. Silvinha e Adilson saíram do Brasil no começo do mês passado e pretendiam ficar nos Estados Unidos por pelo menos três anos.
O pai de Daiane, Adilson Gonçalves de Oliveira, está ainda internado em um hospital na capital da ilha Saint Marteen, Marigot, junto com outros 12 sobreviventes. O número de vítimas ainda é incerto, já que a guarda costeira dos lados francês e holandês da ilha não querem dar mais informações até que o caso seja melhor apurado.
A brasileira Silvinha da Silva Braga era moradora de Alto Rio Novo, no interior do Espírito Santo, onde a família era proprietária de uma loja de material de construção. De acordo com a família, ela não sabia nadar. “Meu pai fez de tudo para salvar minha mãe, mas não conseguiu. Ele já estava quase morrendo também, quando policiais chegaram e o socorreram”, disse a outra filha do casal, Natieli Braga. Agora a família tenta arrecadar dinheiro para fazer o traslado do corpo até o Brasil. O valor estimado é de $5 mil. Essa seria a segunda vez que o casal entraria ilegalmente nos EUA. Na primeira, eles entraram pela fronteira mexicana.
O Itamaraty confirmou o naufrágio e teria enviando um diplomata à ilha caribenha para tratar dos detalhes. Até o fechamento desta edição, não havia confirmação da nacionalidade dos outros integrantes do grupo e dos “tubarões”. As autoridades caribenhas também não haviam informado os nomes das outras duas vítimas.