Família não tem dinheiro para fazer traslado do corpo para o Brasil
Priscila Franco da Silva foi encontrada morta na fronteira
do Brasil com Bolívia
DA REDAÇÃO (com G1) – A brasileira Priscila Franco da Silva, torturada e morta na Bolívia, não será enterrada no Brasil porque a família desistiu de fazer o traslado do corpo, devido ao alto custo. O marido da vítima, que está na cidade boliviana de Santa Cruz, disse que a família teria um custo médio de R$ 25 mil para trazer o corpo para Campinas (SP).
Priscila estava grávida de sete meses e foi encontrada morta na cidade de Porto Quijaro, na fronteira do Brasil com a Bolívia, em Corumbá. Ela deixa dois filhos de quatro e seis anos de idade. Segundo a família, Priscila foi até a Bolívia para comprar o enxoval do bebê. A polícia boliviana diz que ela teria sido estuprada e torturada antes de ser morta no dia 7 de janeiro, mesma data em que a vítima deixou de fazer contato com a família.
O marido também afirmou que, ao fazer a identificação física, notou que o corpo não estava mais em condições de ser transportado, por isso, a família optou pela cremação na Bolívia.
O custo será de cerca de R$ 6 mil e agora, com o atestado de óbito em mãos, a família tem cinco dias úteis para fazer a cremação do corpo.
Depois disso, o promotor de Justiça que acompanha o caso na Bolívia, vai emitir uma documentação para que a família transporte as cinzas da Priscilla, tanto no Brasil como na Bolívia.
Suspeitas
O comandante da polícia do país vizinho, Hugo Justiano, não descarta a possibilidade de o crime ter envolvimento com o tráfico de drogas.
Na ocasião, ainda conforme a polícia, a jovem estava com as mãos e os pés amarrados, além de sinais de tortura. No entanto, eles não acharam nenhuma marca de tiro ou perfuração por arma branca.
Já o laudo pericial apontou que ela sofreu violência sexual e posteriormente foi estrangulada. Todas as características, ainda conforme o comandante, indicam a suspeita de um acerto de contas. O corpo também teria sido levado para uma câmara fria em Santa Cruz de La Sierra.
Segundo a família, que é de Campinas (SP), Priscila Franco da Silva estava fazendo compras no país vizinho. Na noite do crime, a polícia boliviana não encontrou nenhuma documentação com a jovem e, por isso, ela foi dada como indigente. A família só foi reconhecer a vítima no domingo (10), por meio de fotos compartilhadas em uma rede social.
A tatuagem com o nome do marido ajudou na identificação. A última vez que ele conversou com a esposa foi no dia 7 de janeiro. “A última vez que eu conversei com ela foi na quinta-feira. Ela falou para mim assim: Mor, eu tô quase chegando em Corumbá. Assim que eu chegar na rodoviária eu compro um crédito para falar com você e os meninos. Aí eu falei: tá bom!”.