Quadrilha age rápido, leva dinheiro e fica até com endereço da vítima
Joselina Reis
N.L. foi abordada na porta do supermercado Publix (1003 E. Commercial Blvd) no dia 19 de novembro por volta das 2:45pm. Segundo o boletim de ocorrência, uma mulher branca, aparentando entre 40 a 50 anos, se aproximou pedindo ajuda para achar um endereço onde ela supostamente iria receber seu Green card. Enquanto as duas conversaram, outra mulher, aparentando 70 anos parou para cumprimentar a brasileira por estar ajudando alguém. Foi neste momento que a quadrilha de golpistas levou a brasileira na conversa do bilhete premiado.
A segunda mulher, ao se aproximar, disse que tinha um bilhete de loteria premiado no valor de $ 2 milhões e pediu ajuda a N.L. para contatar a empresa responsável pelo pagamento do bilhete. A brasileira fez o telefonema, do outro lado da linha um homem , que segundo a polícia deve pertencer a mesma quadrilha, disse que poderia adiantar o dinheiro, mas precisava de uma garantia.
As duas mulheres levaram a brasileira até seu apartamento onde N.L. pegou algumas jóias e depois foram até um banco onde a idosa retirou $12.300 dólares de suas economias. No trajeto para o suposto local da entrega dos $2 milhões do bilhete premiado, as golpistas pararam em uma farmácia porque uma das mulheres estaria com dor de cabeça e pediram para que N.L. fosse comprar o comprimido. A brasileira ainda levou o pacote com o dinheiro que acabara de retirar do banco, mas quando voltou para o carro as golpistas tinham ido embora. Foi quando a brasileira percebeu que o pacote havia sido trocado e dentro havia somente papel picado.
Medo
A família de N.L. não quer que seu nome seja divulgado e temem pela segurança da idosa. “Estamos com medo, esse tipo de gente é perigosa. Aqui não é seguro como se imagina. Eles sabem nosso endereço e tudo sobre a minha mãe. Graças a Deus eles não a mataram.”, disse a filha da brasileira que também não quer seu nome na mídia.
Segundo ela, a família está muito assustada, mas está confiante no trabalho da polícia. N.L., que mora na Flórida há doze anos, ajudou a polícia a fazer o retrato falado da mulher mais jovem que dirigiu o carro, um sedan de quatro portas de cor escura. “Essas coisa levam tempo, mas a polícia está agindo”, garantiu lembrando que o pacote com os pedaços de jornal está em poder dos investigadores para possível coleta de digitais. Ela alertou ainda que o cabelo parecia muito artificial o que pode indicar que era peruca.
N.L., disse que as golpistas aproveitaram que ela estava muito fragilizada emocionalmente e a levaram na conversa. “Fui muito boba em ajudar”, lamentou a idosa.
De acordo com a descrição oferecida por N.L. à polícia, a mulher mais jovem tinha aproximadamente 5’10″ de altura e pesava cerca de 175 lbs. Ela estava bem vestida, dizia trabalhar como corretora de imóveis e falava com sotaque porto riquenho. A segunda mulher, era uma idosa aparentando 70 anos, de 5’5” de altura e 130lbs. Ela era loira e usada um vestido amarelo.
Quem souber de alguma informação sobre as duas suspeitas pode comunicar o Broward Sherrif Office através dos telefones (954) 493-8477/321-4255 ou deixar os dados no formulário do website www.browardcrimestoppers.org. O informante não precisa se identificar.
Outro golpe
A polícia do Condado de Broward também está investigando outra quadrilha. Desta vez é o golpe do sequestro relâmpago. Os sequestradores ligam dizendo que alguém da família estaria em seu poder e pedem para que o resgate seja depositado imediatamente ou o familiar nunca mais seria visto. No entanto o sequestro nunca aconteceu. De acordo com a polícia, para agilizar o pagamento a quantia geralmente não é grande, o último pedido de resgate foi de $1000 (mil dólares). A quadrilha estaria usando prefixos de Porto Rico, 787, 786 e 347 para ligar para as famílias das vítimas. Eles também exigem que o dinheiro seja enviado para o país vizinho. A polícia orienta os residentes para que comuniquem o caso imediatamente às autoridades.