DA REDAÇÃO, COM G1 E CHICAGO TRIBUNE – A brasileira Alessandra de Moraes Emiliano, de 37 anos, foi morta a tiros dentro da loja onde trabalhava em Schererville, no Estado de Indiana, nos Estados Unidos, no último sábado, 2. O principal suspeito é o ex-marido da vítima, o americano Richard Kalecki, de 49 anos, encontrado morto no dia seguinte em um cemitério de Calumet, cidade vizinha.
Segundo familiares, Alessandra, de 37 anos, nasceu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e ganhou cidadania americana após o casamento. Ela foi para os Estados Unidos em março de 2006, para ficar com o ex-marido, de quem se separou em 2012.
A cidade onde aconteceu o crime fica perto de Chicago. Em comunicado divulgado pelo jornal “Chicago Tribune”, a polícia classifica o caso como homicídio por violência doméstica.
“A morte de Kalecki coloca fim ao homicídio trágico de (Alessandra) De Moraes Emiliano. Trabalhamos muito de perto com toda a sua família e eles têm nossos sentimentos mais profundos”, diz o chefe da polícia de Schererville, David Dowling, na nota.
A causa da morte de Kalecki é investigada, mas informações preliminares indicam suicídio, segundo o mesmo comunicado.
O “Chicago Tribune” cita arquivos da corte do condado de Lake que indicam que em 2012 Kalecki recebeu acusações de abuso sexual infantil. O casal teria se separado seis meses depois das acusações, de acordo com a publicação.
O Itamaraty confirma a morte da brasileira no estado de Indiana e diz que a embaixada em Chicago está acompanhando as investigações e prestando assistência à família.
No entanto, segundo o irmão da vítima, o eletricista automotivo Adamor Emiliano, os familiares procuraram o Itamaraty e o consulado, mas não receberam retorno. “Eles disseram que iam ajudar, mas não fizeram nada”, disse ao G1.
Passado de violência
O irmão de Alessandra disse ao G1 que o ex-marido dela manteve a mulher por diversas vezes em cárcere privado, durante os seis anos em que foram casados.
“Ela já havia comentado que ele era meio atordoado e a família dele lá já estava preocupada porque ele surtava. Minha irmã sofreu maus-tratos e se separou dele. Por exemplo, ele mantinha ela em cárcere privado. O dinheiro que ela recebia, tinha que dar na mão dele. Se não fizesse isso, ele a deixava trancada do lado de fora quando nevava”, disse Adamor Emiliano. Ele surtava. Minha irmã sofreu maus-tratos e se separou dele”.
O irmão se mostrou insatisfeito com as autoridades norte-americanas. Segundo ele, a morte de Alessandra poderia ter sido evitada. “Depois que ela prestou queixa, a polícia não deu assistência. Ele devia ficar longe, que nem a `Lei` Maria da Penha aqui do Brasil”, disse.
Alessandra tinha uma filha de 18 anos e estava noiva. Amigos da brasileira fazem uma campanha online para arrecadar dinheiro e enviar o corpo à sua família no Brasil.