A empresária brasileira Ana Lúcia Villela – uma das acionistas do Banco Itaú e uma das mulheres mais ricas do Brasil – doou $28.6 milhões para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), um dos mais respeitados institutos de educação e pesquisa do mundo. O dinheiro vai ser usado para pesquisas na área de síndrome de Down. Dia 21 de março foi comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down.
O interesse específico pelo assunto nasceu há 6 anos, quando sua filha Ísis foi diagnosticada com a alteração genética, dez dias após o nascimento. As informações são do G1.
Com esse dinheiro, será criado o Alana Down Syndrome Center, que reunirá profissionais de diferentes disciplinas para aprofundar os conhecimentos sobre a síndrome. A equipe será liderada por duas cientistas mulheres: Angelika Amon, especialista em instabilidade cromossômica; e Li-Huei Tsai, estudiosa de doenças degenerativas, como Alzheimer.
Haverá também um programa de tecnologia, no qual pesquisadores desenvolverão mecanismos que ampliem a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Além disso, há a intenção de distribuir bolsas de estudo de pós-doutorado sobre síndrome de Down.
A carreira de Ana Lúcia sempre foi ligada a negócios de impacto social – ela é fundadora do Instituto Alana, que estimula o desenvolvimento saudável de crianças; e sócia da produtora Maria Farinha Filmes, cuja proposta é discutir problemas sociais e ambientais.
“Logo após recebermos a notícia, no momento zero, já começamos a pensar no incentivo à pesquisa. Essa doação ao MIT dá tranquilidade financeira aos estudos sobre o tema”, explica Marcos Nisti, CEO do Instituto Alana e marido de Ana Lúcia. “Escolhemos essa universidade porque é multidisciplinar: foca na troca de conhecimentos de engenharia, computação, genética e neurociência”, completa.
Ele conta que o MIT tem pesquisas avançadas na área da deficiência física, com laboratórios modernos. E que, no momento, a instituição de ensino busca ampliar os conhecimentos também sobre deficiência intelectual, especialmente em relação à síndrome de Down e ao Alzheimer.
Marcos e Ana Lúcia foram aos Estados Unidos para oficializar a doação. As filhas do casal – Ísis e a primogênita Nina, de 10 anos – visitaram os laboratórios do MIT e conheceram mais sobre a estrutura do instituto.
“Meu sonho é que essas pesquisas mostrem ao ‘mundo dos comuns’ uma forma de valorizar as pessoas com Down do jeito que elas devem ser reconhecidas. Não podemos olhá-las como um peso. Elas são uma oportunidade”, diz Marcos.