A brasileira Priscila Araújo, de 29 anos, foi deportada dos Estados Unidos em maio de 2012 e, desde então, não vê a filha, hoje com seis anos, que mora com o pai também brasileiro em Boca Raton (FL). Desde fevereiro deste ano, Priscila não tem qualquer contato com a menina, nem pelas redes sociais ou telefone, segundo ela, o pai cortou qualquer tipo de contato entre as duas. Antes, ele ainda deixava as duas se falarem pelo telefone e manter contato, agora não mais. Como ela foi deportada por estar ilegal nos EUA, ela tem que cumprir uma punição de dez anos sem voltar ao País.
O drama de Priscila começou em 2012 quando ela denunciou o pai da sua filha por agressão. Os dois viviam juntos em Boca Raton e ele acabou preso pela polícia. “Depois que fui agredida e o denunciei, saí de casa. Ele foi preso por mais de um mês e ficou com muita raiva de mim. Não tenho como provar, mas acho que alguém ligado a ele me denunciou para a imigração”, disse Priscila ao AcheiUSA.
Segundo Priscila, ele pagou fiança e foi liberado pela polícia. “No dia seguinte, a imigração veio atrás de mim”, disse. A goiana, que trabalhava com limpeza de casas e nunca teve problemas com a polícia, viu sua vida virar um inferno. “A imigração ficou atrás de mim por uma semana, eu fiquei escondida na casa de uma amiga, me escondia no banco de trás do carro para não ser vista indo trabalhar, foi horrível. Eles rastrearam meu celular e sabiam até os endereços das casas que eu limpava. Até que um dia depois do dia das mães, quando fui ver meus filhos, eles me pegaram”, contou. Ela ficou presa por 20 dias e deportada.
A vendedora, que é natural de Goianira (GO), entrou nos EUA pela fronteira em 2005 e é mãe de um menino que hoje tem dez anos e vive com ela. Ele é fruto de outro relacionamento e também morava com ela em Boca Raton, mas foi mandado para o Brasil pelo pai que também que vive nos EUA, no estado de Massachusetts.
Hoje o que ela mais quer é ter contato com a filha e que ela volte para o Brasil para viver com ela e o irmão. “Eu era amiga de muitas pessoas da comunidade brasileira que hoje me viraram as costas. Eu queria ter alguém que fosse até ela para tentar fazer contato, mas ninguém tem coragem de se aproximar dele, ninguém quer ser envolver. Não tenho ajuda de ninguém”, disse.
Priscila entrou em contato com a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e foi informada que nada pode ser feito. Ela vai entrar em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Miami para pedir ajuda.