A empresária e maquiadora brasileira Edlany Bezerra, de 27 anos, denunciou às autoridades da Flórida que seu filho, Allan Bezerra, uma criança de 7 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi agredido por uma professora numa escola pública de Boca Raton. Segundo a mãe, o garoto foi empurrado e atacado pela docente no último dia 10 de outubro. O caso segue em investigação no condado de Palm Beach.
Na ocasião, a Hammock Pointe Elementary School levou o caso à Polícia e afastou a profissional, que seria especialista em cuidados de estudantes com autismo, mas Edlany afirma não ter sido notificada sobre o caso imediatamente. A mãe desconfiou que algo poderia estar errado depois da criança apresentar mudanças em seu comportamento.
No dia seguinte a agressão, a brasileira foi chamada para participar de uma reunião na escola. No encontro, que deveria ser uma reunião de rotina, com tradução para o português, sobre a inclusão da criança, a quantidade de especialistas presentes surpreendeu Edlany. Mas, novamente, o caso não foi revelado à mãe. Segundo Edlany, ela seguiu alheia à situação até receber um telefonema da instituição de ensino relatando, em espanhol — língua que a brasileira não tem fluência —, que seu filho tinha sido empurrado em sala de aula. A pessoa, porém, não detalhou para a mãe que a suspeita seria a professora.
Foi só quando uma investigadora da polícia entrou em contato, dois dias depois, que empresária tomou conhecimento que o filho tinha sido agredido pela profissional que deveria ser sua cuidadora. Na ligação, a agente da polícia perguntou se o garoto apresentava hematomas. Ao verificar o corpo do menino, Edlany encontrou marcas roxas e relacionou com a mudança de comportamento que ele apresentava nos últimos dias.
Ao conversar com o filho, que ainda não havia relatado a agressão, a mãe descobriu que Allan teria recebido socos da professora e sido empurrado por ela na frente dos colegas. Edlany chegou a publicar a denúncia do filho em sua rede social. AcheiUSA fez contato com ela, que disse estar muito abalada. “Está difícil levantar da cama e encarar essa situação”.
Morando na Flórida há cerca de quatro meses, Edlany não fala bem inglês e ficou confusa sobre como proceder. Foi então que ela pediu ajuda para a ONG Dor com Amor, projeto para mães atípicas no Sul na Flórida. “Quando tomei conhecimento do caso, entrei em contato com a escola e eles levaram 10 dias para marcar uma reunião com a gente. Só isso já demonstra má fé da instituição. Diante de um caso como esse, eles deveriam nos atender imediatamente”, comentou Débora Lousa, fundadora da organização com mais de 250 mães.
Em entrevista ao AcheiUSA, Débora conta que na reunião com os diretores da escola, Edlany foi informada que o caso havia sido arquivado pelas autoridades locais por falta de provas. Edlany e Débora procuraram então o Departamento de Crianças e Famílias da Flórida (DCF) para abrir uma segunda investigação.
“A professora que agrediu a criança ficou afastada apenas três dias. A escola ofereceu para trocar a criança de classe mas Edlany, obviamente, não se sente segura de mandar o filho para o mesmo local onde trabalha sua possível agressora”, disse Débora. Segundo ela, Allan começa em uma nova escola essa semana, mas a briga para responsabilizar a agressora e seus cúmplices não terminou.
“Muitas famílias passam por isso e não denunciam por medo de consequências em seus casos imigratórios. Mas a verdade é que elas têm direitos e não podem deixar seus agressores impunes”, diz Débora. “Na dúvida de como proceder, eu sempre recomendo que as pessoas procurem a polícia. Não se pode confiar no procedimento das escolas quando sabemos que elas temem por manchar sua reputação”, disse.
A ONG Dor com Amor está planejando uma manifestação na porta da Hammock Pointe Elementary School nos próximos dias. Quem quiser participar, entre em contato com Débora Lousa pelo Whatsapp (561) 929-9519.