Após uma audiência de dois dias, a brasileira Walquiria Cassini, moradora de Boca Raton, foi liberada na segunda-feira (13) sob fiança pela juíza que concluiu que o estado não tinha evidências suficientes para sustentar a acusação inicial de abuso sexual infantil. “Temos esperança que a justiça será feita. A Walquiria é uma ótima pessoa e jamais faria isso com os próprios filhos”, disse Marco Siqueira, tio da mineira de Governador Valadares, com exclusividade ao AcheiUSA.
Walquiria e seu namorado, Ryan Londono, estavam presos desde março, acusados de abusar sexualmente dos dois filhos menores dela, e transmitir o abuso ao vivo para clientes pagantes. Matthew Cassini, de 20 anos, também filho de Walquiria, foi preso na mesma ocasião acusado de ter relações sexuais com os próprios irmãos. No entanto, os advogados de defesa afirmam que não há provas além das declarações dos meninos, de 14 e 7 anos, alegando que o caso é resultado de uma manipulação e lavagem cerebral feita pelo ex-marido de Walquiria, pai das crianças. “Não é comum obter fiança nesses casos, então acreditamos que a juíza viu que as provas não eram suficientes e fez a coisa certa,” disse a advogada de defesa Heidi Perlet.
Até 5 de junho, quando ocorre o julgamento, os réus devem permanecer em prisão domiciliar e não podem ter acesso a crianças, internet e smartphones. “Essa acusação está destruindo a vida da minha sobrinha e de todos ao redor. Ela já perdeu o emprego e teve sua reputação manchada”, disse Siqueira. A fiança de Walquiria ficou em $200 mil para as quatro acusações contra ela, enquanto Londono foi penalizado em $160 mil por quatro acusações. “Minha irmã está penhorando a casa dela e a casa da Walquiria também será vendida para pagar a fiança”, contou o familiar da brasileira.
Matthew Cassini, que é acusado de estupro, segue preso. A reportagem do AcheiUSA tentou obter informações sobre a data de audiência do rapaz, mas não teve retorno das autoridades.
Segundo Marco Siqueira, a sobrinha é vítima de uma trama de vingança do ex-marido, com quem viveu por 15 anos. “Ele já foi preso algumas vezes por diferentes crimes e, quando minha sobrinha quis separar, ele não aceitou. Ela teve que tirá-lo de casa escoltado pela polícia”, contou. Siqueira também afirmou que o filho adolescente de Walquiria é autista, e que poderia facilmente ser manipulado pelo pai. “Ele disse várias vezes a vários membros da família que iria acusá-la falsamente de molestar sexualmente as crianças”, contou.
De acordo com o familiar, além de técnica de ultrassonografia, Walquiria atuava como especialista em casos de disfunção erétil. “Ela fazia propaganda em sites adultos e isso deu margem para dizer que ela usava essas plataformas de forma criminosa”, disse Siqueira.
Agentes do FBI que dizem ter investigado os acusados por cerca de quatro meses, também compareceram a audiência, mas não apresentaram provas suficientes para manter Walquiria Cassini e Ryan Londono presos. “Não há nada que corrobore o que está alegado no affidavit de causa provável em termos de provas diretas, evidências de redes sociais, evidências de transmissão ao vivo e todas as outras alegações horríveis,” disse a advogada de defesa.
A advogada também destacou o fato de que as crianças supostamente se recusaram a fazer exames médicos. “Isso certamente teria ajudado, mas o fato de eles se recusarem, à luz das alegações muito gráficas e horríveis de abuso sexual, simplesmente não faz sentido,” disse Perlet.
O affidavit de prisão diz que um dia após o início da investigação, alguém cujo nome está oculto, apagou 33 vídeos do site adulto Motherless – que se anuncia como uma “zona livre de moralidade”. De acordo com o boletim de prisão, os investigadores encontraram luzes, laptops, tripés, e pequenos pagamentos bancários para Londono que corroboravam as alegações de abuso transmitido ao vivo. Os advogados dizem que tudo isso pode ser explicado pelos trabalhos do casal nas áreas médica e de tecnologia da informação.
*com informações da ABC News